ONG que levou trans crucificada não poderá ter trio na parada

Entidade diz ter sido expulsa por conta de polêmica. Associação da parada alega novo formato

Publicado em 29/04/2016
viviany beloboni parada lgbt são paulo
Entidade diz ter sido penalizada. Organização afirma que regra é geral e não haverá exceções

Responsável por uma das maiores polêmicas na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo nos últimos anos, a ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCD'S) não poderá ter trio elétrico em 2016 no evento. A entidade levou em seu carro ano passado a transexual Viviany Beleboni crucificada como forma de denunciar a homo e transfobia. Dentre elogios à ideia, houve reclamações de desrespeito a símbolos religiosos. 

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No Facebook, o presidente da entidade, Marcelo Gil, mostrou-se indignado com a impossibilidade de colocar o trio novamente na marcha - como era feito há muitos anos - e acusou a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo de expulsão por ter feito algo tão controverso. 

"Uma coisa é verdade, o trio da ONG ABCD'S fez e marcou a diferença em 2015. Para calar a boca de todos e todas, nunca se falou tanto em transfobia depois de nossas ações. Por este motivo, fomos penalizados, expulsos da parada, convidados, comunicados que não vai ter mais o nosso trio, afinal fazer militância e ter o direito de ir e vir, tiraram o nosso direito. A rua é nosso lugar, já foi dito, caso queira levar alguma polêmica."

Em nota, a associação se defende e argumenta haver nova proposta este ano para os trios elétricos.  

"A principal mudança para a Parada de 2016 é justamente a unificação dos trios: pela primeira vez, ao longo desses últimos 19 anos, todos os 15 trios da Parada do Orgulho LGBT 2016 serão, em sua maioria (sic), da APOGLBT. Isto significa que não teremos trios elétricos de outras ONGs, empresas ou até mesmo dos nossos possíveis patrocinadores."

A organização informa que a proposta foi decidida em reuniões abertas ao público nos últimos sete meses e que a ideia é aumentar a visibilidade do tema do evento, a qual era prejudicada por trios elétricos independentes, seja de empresas, seja de ONGS.

Em 2016, o foco da marcha é a aprovação da Lei João W. Nery, que trata da identidade de gênero e foi proposta pelos deputados federais Jean Wyllys (Psol-RJ) e Erika Kokay (PT-DF).

Ainda registra a nota sobre a motivação da mudança: "Todos os trios elétricos, independente de terem militantes, artistas, gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, etc, possam, juntos, levar a mesma comunicação e objetivo, empoderando e deixando a Parada com cara de menos “eu” e mais “nós”.

A organização afirma que convidou Marcelo Gil e integrantes da ABCD'S a integrar trio do ativismo, o que afastaria a acusação de ter havido expulsão da entidade do evento. 


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