Veja o comentário, postado no Facebook, de um funcionário seu, meu, nosso, lotado nas Forças Armadas, sobre o beijo de um homem em outro de farda. "(...) Tirar uma foto fardado cometendo ato libidinoso e (sic) depois vai dizer que e (sic) direito dos LGBT GLS (sic) Para o inferno F.D.P Quer fazer self seu viado tira (sic) gloriosa farda que tanto amo; e respeito (sic) vamos divulgar e botar esse verme no lugar que ele merece."
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O texto, postado na quinta 13, foi opinião de Valmir Selva, que se identifica como sargento do Exército Brasileiro, ao compartilhar foto do carinho. Um dos homens tem na farda o nome Dos Santos e etiqueta onde se pode ler 12º GAC, que é o Grupo de Artilharia de Campanha, sediado em Jundiaí (SP).
Para Selva, o beijo deve ser enquadrado como ato libidinoso, daí a "desonra" à farda e a base para a punição. Nos comentários, esmagadora maioria - boa parte de colegas de Forças Armadas do sargento -, apoia os insultos. A ameaça de agressões físicas ao cabo ou a militares que fizessem o mesmo - beijo com farda - é recorrente.
Não é a primeira vez que Selva ataca gays. Em post do dia 27 de junho, quando posta imagem do movimento que deixou arco-íris fotos dos perfis na mesma rede social, o sargento, após colega ter admitido feito ameaça de atirar contra um gay, comentou: "Estou doido para usar meu teyser (sic)!!!". A taser é arma de eletrochoque disparada a distãncia.
O post do beijo com o comentário homofóbico logo começou a ser divulgado em grupos de ativismo LGBT. Dentre as avaliações está a de que vários militares publicam fotos de beijo com esposas e vice-versa, mas que, por serem beijos héteros, não sofrem tal discriminação.
A reportagem vai entrar com contato com o Exército Brasileiro para saber das providências que podem ser tomadas contra o militar Valmir Selva.