Morreu aos 77 anos, na noite do sábado 9, em São Paulo, a atriz cubana Pheda de Córdoba. Ela sofria de câncer no pulmão e nos rins, passou mal durante a tarde e foi levada ao Hospital Heliópolis pela atriz e amiga Maria Casadevall.
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Nascida em Havana, em 26 de maio de 1938, Phedra conheceu o produtor teatral brasileiro Walter Pinto em uma temporada em Buenos Aires. Mudou-se para o Rio de Janeiro e assumiu sua identidade feminina aos 21 anos.
A atriz trabalhou em teatros de revistas, com nomes famosos da época como Consuelo Leandro, espetáculos de comédia com Costinha e em boates gays. Desde 2003, tornou-se musa da Praça Roosevelt, reduto do teatro alternativo de São Paulo, quando entrou para o elenco da companhia Os Satyros.
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Com o grupo, integrou o elenco de peças de grande repercussão, como A Filosofia na Alcova e Transex. Phedra foi tema do documentário Cuba Libre (2011), de Evaldo Mocarzel, que mostra seu reencontro com o país natal.
Sobre o ativismo arco-íris, a atriz declarou, ao portal BOL, em 2011, que levantava sua própria bandeira. "Já participei da parada gay algumas vezes, fui convidada e desfilava nos carros alegóricos. Mas hoje prefiro assistir do que participar. Considero algumas ações muito escandalosas. Eu penso que tudo deve ser feito com muita dignidade e acredito na defesa dos direitos da diversidade sexual e na luta contra homofobia. No entanto, acho que é possível lutar além do coletivo. Eu defendi meu transexualismo sozinha, tive que erguer a minha própria bandeira para ser respeitada como sou e ter minha carreira consolidada."
O velório ocorre no Espaço dos Satyros Um, na Praça Roosevelt, até às 14h deste domingo. Depois, o corpo irá para o Crematório Vila Alpina, onde será cremado às 15h.