A obra de um dos mestres do homoerotismo brasileiro poderá ser vista a partir de sábado 18 na exposição Young Male: Fotografias de Alair Gomes, na Casa Triângulo.
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Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra traz uma série de fotografias inéditas e guardadas por mais de 20 anos, boa parte oriundas do acervo do colecionador Robson Phoenix.
Dentre as obras, serão exibidas imagens das séries Symphony of Erotic Icons (1966-1978), A Window in Rio (1977-1980) e Viagens, Europa, Arte (1969), com destaque para o conjunto de 40 fotografias realizadas pelo artista com em um único ensaio, com um mesmo rapaz, em seu apartamento em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Ao usar o corpo humano como discurso e a fotografia como linguagem, Alair elaborou obras inspiradas em sinfonias, sonatinas e em altares religiosos, que coincidem temporalmente com as pesquisas do conceituado artista norte-americano Duane Michals, que em 1970 lançou o livro Sequences.
"Produções isoladas que possuem conceitos e formas semelhantes, como se fosse uma necessidade interna de expansão da própria fotografia naquele contexto", explica Chiodetto. Com obras recentemente incorporadas ao acervo do MoMA, de Nova York, a obra de Alair começa aos poucos a ganhar o protagonismo merecido no contexto da arte contemporânea.
O interesse sobre sua produção vem crescendo internacionamente desde 2001, quando a Fundação Cartier, em Paris, realizou a primeira grande exposição sobre o artista. Ainda na França, em 2009, sua obra foi tema de uma exposição na Maison Européenne de la Photographie.
Até o final do ano, Alair Gomes ganha um livro organizado por Eder Chiodetto e editado pela Cosac Naify - provavelmente este será o último livro da editora que anunciou o encerramento de suas atividades - em parceria com a Biblioteca Nacional.
A tensão entre intimidade e distância, e a fusão entre o erótico, o clássico e o pornográfico fazem a produção de Alair ser complexa. Seus valores documentais da fotografia, seus aspectos compositivos gráficos da imagem impressa e suas tomadas sequenciais organizadas em discursos narrativos auxiliaram a fotografia a entrar de vez no campo da arte contemporanêa. A singularidade da pulsão do desejo vertido em arte fazem de Alair Gomes um artista incontornável.
A exposição tem abertura neste sábado, de 15h às 19h, e faz temporada de segunda a sábado, de 20 de junho a 16 de julho. Mais informações - como horários e endereço - estão em nossa Agenda clicando aqui.