No último domingo 26, o Papa Francisco deu mais uma declaração a respeito aos homossexuais. Em voo da Armênia para Roma, o pontífice disse que a Igreja não deve pedir desculpas, mas, sim, perdão aos homossexuais.
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Alguns LGBT comemoram tais falas, por serem algo nunca feito por um Sumo Pontífice da Igreja Católica. Entrentanto, alguns cobram ações concretas e não só palavras.
No Dia do Papa, celebrado nesta quarta-feira 29, pedimos a três líderes religiosos de congregrações inclusivas que dissessem como eles enxergam a postura do líder católico romano. Enfim, é positivo ou até hipócrita o que ele tem defendido mesmo sob protestos de setores conservadores da Igreja?
Marcos Gladstone, fundador da Igreja Cristã Contemporânea (ICC), Rio de Janeiro
"Entendo com grande avanço para o público católico. Isso [as declarações do papa] reflete as posturas que ele vem tomando, é a Igreja Católica mostrando outro lado. Sei que ele não pode fazer muita coisa, há certas coisas imutáveis na Igreja Católica, como o casamento, que é um sacramento, mas é um avanço. Ele mostra que é um grande religioso e que o que importa, acima de tudo, é o amor."
Reverendo Cristiano, dirigente da Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo (ICM)
"É uma declaração importantíssima. Desde o início de seu pontificado, ele tem se mostrado sensível, isso é muito positivo. A sociedade muda a Igreja, não é a Igreja que muda a sociedade. À medida em que os avanços acontecem, a Igreja se vê obrigada a mudar. Eu celebro essa declaração, mas não me espanta pois vejo como uma questão natural. Ele também tem feito declarações bastante interessantes em relação às mulheres. Por conta de assuntos assim [direitos de homossexuais, de mulheres] serem palco, você vê a Igreja suavizar o que muitas vezes é violento, preconceituoso."
Pastor Luciano, responsável pela Comunidade Cristã Salvador
"Eu vejo que o papa é um homem que tem personalidade e, acima de tudo, coragem para expor o que os teólogos conservadores não têm coragem em dizer. O posicionamento teológico dele em relação à comunidade LGBT é coerente. É um papa que está abalando as estruturas teológicas católicas."