LGBT em situação de rua em SP sofrem mais violência que héteros cis

Estudo também mostrou que segmento pratica mais crimes e consome mais drogas

Publicado em 21/04/2016
LGBT em situação de rua sofrem mais violência e exclusão das famílias, diz pesquisa
Há mais de 15 mil pessoas em situação de rua em SP

Estudo divulgado pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) da Prefeitura de São Paulo aponta que 61% dos LGBT em situação de rua já sofreram violência física e 77% foram vítimas de agressão verbal. Para efeito de comparação, os números são 42% e 60% dentre heterossexuais cisgêneros.

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Um censo da população de rua havia se tornado público em 2015, mas só esta semana a Prefeitura divulgou, no Diário Oficial, o perfil socioeconômico do segmento. Os arco-íris também foram mais barrados em lugares públicos do que héteros, 46% contra 30%.

Segundo a pesquisa, a idade média dos LGBT nas ruas é de 34,8 anos e dos héteros, 42,8. Uma das possíveis razões para essa diferença é a exclusão dos arco-íris por suas famílias, como explica a coordenadora do Observatório de Políticas Sociais da Smads, Carolina Teixeira Nakagawa Lanfranchi.

"Observamos que entre a comunidade LGBT, a família é fator de exclusão. São vítimas de preconceito e acabam saindo do núcleo familiar", disse Carolina ao portal G1. "Os índices de violência são superiores nesse grupo, por isso já havia sido criado o Centro de Acolhida LGBT. A violência é sofrida pela população LGBT também no acolhimento, mas entre a população de rua é muito maior."

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Há 15.905 pessoas em situação de rua na cidade - 8.570 nos centros de acolhida e 7.335 em vias e espaços públicos. De acordo com o levantamento, população LGBT é estimada entre 4,5% e 10,1% dos que estão nos centros de acolhimento e entre 5,4% e 9,0% dos que estão nas ruas. Na amostra, 106 pessoas se identificaram como não sendo heterossexual (51 entre os acolhidos e 55 na rua).

Como forma de combater essa realidade, São Paulo tem o Centro de Acolhida Zaki Narchi, que oferece espaço exclusivo para gays e transexuais femininas, desde outubro de 2014, e o Centro de Acolhida para Mulheres Travestis e Transexuais, aberto no início deste mês.

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