Holandês desiste de projeto que mostrava conversa do Grindr em público

Publicado em 06/10/2014
Artista ficava em container em Kreuzberg, Berlim, conversando e atraindo usuários do Grindr

O holandês Dries Verhoeven teve uma ideia inusitada e polêmica para um projeto de arte. Sua intenção era a de trocar mensagens com usuários do Grindr por 15 dias com transmissão direta por meio de um telão instalado dentro de um container com paredes de vidro em Berlim. 

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O projeto, no entanto, não durou mais que cinco dias. Nesta segunda-feira 06, ele anunciou que não seguiria com a ideia. Um dos motivos foram as diversas reclamações de pessoas com quem ele conversava no aplicativo de encontros.

"Em retrospecto, teria sido melhor pedir a cada usuário explicitamente a permissão para exibir nossa cominicação em público. O fato de eu não ter feito isso e de algumas pessoas terem sido reconhecidas, apesar das medidas técnicas tomadas, levaram as pessoas a se sentirem violadas e deu origem à crítica maciça ao projeto", confessou Verhoeven, em um mea culpa no Facebook.

A intenção do artista, de 38 anos, era levantar questões como saber se essa interação on-line realmente o conecta a alguém e se o mundo digital mostra uma face mais vulnerável das pessoas. 

O container onde ele estava com um telão em LED para transmitir as conversas foi colocado em Heinrichplatz, no elegante bairro de Kreuzberg (um dos mais gays da capital alemã).  

Os protestos foram inúmeros. Apesar de tentar garantir que os rostos ficariam irreconhecíveis no telão, muitos homens disseram que foram reconhecidos e apontados na rua. "Imagine a sensação de andar em um espaço público a procura de um endereço para um encontro privado e ver sua imagem e suas palavras projetadas numa parede e um grupo de pessoas lendo, apontando e rindo. As pessoas chamavam meu nome!", diz um dos homens na rede social.

O próprio Grindr criticou o projeto. A empresa afirmou que apoia as artes, mas o que Verhoeven estava fazendo ao atrair usuários do aplicativo sob falsos pretextos tratava-se de uma armadilha. "É uma invasão da privacidade do usuário e um potencial problema de segurança", afirmou a empresa em comunicado.


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