Acrescente mais um caso na lista de situações em que a homofobia atinge até os heterossexuais. O atleta brasileiro de marcha atlética Caio Bonfim é vítima recorrente de insultos homofóbicos. A razão? O fato de rebolar na execução do movimento que caracteriza o esporte: sempre ter pelo menos um dos pés no chão e não poder dobrar os joelhos.
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
Enquanto treina nas ruas do Disrito Federal, Bonfim - que acaba de ganhar medalha de bronze nos Jogos Pan Americanos de Toronto -, ouve xingamentos tais como "Veado", "Toma jeito de homem" e "Para de rebolar".
Em entrevista ao portal UOL, o atleta lamenta os episódios. "O problema é o preconceito. Todo conceito que é predefinido se torna um problema. O Brasil tem um problema com cultura esportiva, em todos os esportes."
A homofobia vem até de colegas de profissão, explica o treinador e pai do atleta, João Sena. "Quando nos classificamos para a Olimpíada de Londres, falaram que 'finalmente teríamos gayzinhos na delegação."
Bonfim, entretanto, não encara os insultos como homofobia (?!). "É brincadeira, a gente sabe. Mas, no fundo, é uma alfinetada também, pelo rebolado. Não é preconceito com gay. É com a marcha. Não tenho nada contra os gays. Mas é uma maneira de desrespeitar o nosso esporte."
Desculpa, Caio, mas nada de pódio para você na prova de identificar homofobia!