Enfim, ele saiu. Não por pressão popular ou política, mas porque o seu mandato terminou. O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) encerrou, na quarta-feira, 18, sua última sessão como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e diz que sai fortalecido e almejando o Senado.
"Essa comissão agora vai ser disputada. Colocamos os direitos humanos na pauta das pessoas. O Brasil viu isso", disse o pastor ao jornal O Globo, areditando que a presidência voltará ao PT.
Feliciano faz um balanço positivo de sua passagem pela comissão. "Comecei o ano como o inimigo público número um. E termino como um dos cem brasileiros mais influentes segundo uma revista de circulação nacional", referindo-se à lista anual elaborada pela revista Época.
Seus planos para o futuro incluem o Senado, mas dependendo dos adversários. "O caminho natural seria buscar a reeleição. Não descarto o Senado, mas desde que meu concorrente seja apenas o Suplicy. Ele carrega um nome, ou a mulher dele, que os evangélicos não gostam. Foram muitos embates com a Marta Suplicy nesses anos. Agora, tem o Serra (José Serra), o Kassab (Gilberto Kassab), são nomes fortes."
Durante 2013, não só a presidência da CDHM esteve com Feliciano como a maioria das cadeiras da comissão foi ocupada por deputados evangélicos ou conservadores. Isso resultou na aprovação de projetos polêmicos e contra os direitos LGBT como o da "cura gay" (depois engavetado pela Câmara após pressão popular) e a suspensão da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que permite a união entre casais do mesmo sexo no país desde maio de 2012, mas que precisará passar ainda por outras comissões e pelo plenário.