Com inspiração fetichista, a festa Nights in Black Leather no Playground Bar está mais especial neste sábado, 16. A DJ francesa Eva Peel vem ao Brasil pela segunda vez especialmente para se apresentar no clube do Baixo Augusta.
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Conhecida por mesclar estilos como space disco, minimal wave e krautrock, Eva foi jornalista, produziu festivais de música eletrônica e se apaixonou pelas pick-ups no final da década de 1990. O Guia Gay São Paulo conversou com a DJ para saber como ela avalia as mudanças na noite francesa desde quando começou a tocar e sobre seu duo musical, Theremynt, com o qual já lançou álbum e EP. Preste atenção, Eva dá dicas valiosas dos melhores lugares para se dançar na agitada capital francesa.
Como você vê a transformação da cena noturna de Paris nas últimas décadas?
A cena está em constante evolução, como em quase todas as cidades do mundo. Mas existem alguns clubes históricos - minha melhor experiência em clubes de Paris foi no Pulp, um clube lésbico no centro da cidade onde eu descobri o tipo de som que ainda me influencia. Havia uma grande liberdade, uma grande mistura de pessoas e gêneros e acima de tudo um verdadeiro sabor de música eletrônica de qualidade. Infelizmente, ele fechou há alguns anos.
Hoje, eu ainda gosto da cena noturna da minha cidade, especialmente do Nuba, lugar fantástico no topo de um edifício de frente para o rio [Sena], onde eu organizo a festa Deviant Disco no verão. Há também o Java, um clube misto, que foi um "salão de baile" nos anos 1960, com boa música e as melhores gravadoras da cidade estão lançando festas lá e há festas incríveis com a festa gay House of Moda.
Mas eu preciso dizer que o verdadeiro underground com uma interessante direção criativa está meio que faltando no momento. Eu tendo a ir em festas promovidas por promoters como Otto Dix, que não são em clubes, mas em armazéns ou lugares incomuns, também o Garage MU, o 6B.
A cena noturna paulistana é muito mais selvagem, mais atmosfera, as pessoas excêntricas e divertidas do que em Paris.
Quais foram suas maiores influências?
Essa é uma pergunta difícil, muitas coisas me influenciaram. Eu cresci com David Bowie, new wave, krautrock e sons progressivos. A cena indie de Nova York... Então, eu conheci o grunge do Nirvana e toda a cena de Seattle. Depois veio a explosão da cena eletrônica dos anos 1990. Techno e house mudaram a minha vida. Eu amava o fato de poder dançar por horas com velhos e bons graves com grandes sintetizadores.
Se falamos de música eletrônica, grandes influências seriam as gravadoras, como Versatile, Tigersushi, Yuk-fu, na França. Falando de gravadoras estrangeiras, há tantas... Kompakt, na Alemanha, R&S, Full Pulp, na Noruega, e eu acho que o mais interessante mesmo para mim é encontrar uma forma de ecletismo que vai além da coisa da pista de dança.
Você lançou em 2012 o primeiro álbum como parte do duo Theremynt, Space Control (projeto de Eva junto ao ex-baterista Jan Richard). Há previsão de novidades a esse respeito?
Recentemente saiu um EP chamado Robotique de l'Amour, ainda pela Neopren, nossa gravadora baseada na Suiça e em Berlim. Remixes de Acid Washed, Dombrance e Gyrls [da mesma faixa] também estão disponíveis no nosso Soundcloud. Nós estamos trabalhando no momento em nosso próximo álbum, que vai estar pronto no final de 2014.
Ficou com vontade de ouvir esse caldeirão de informações pessoalmente? Eva toca neste sábado no Playground, Detalhes da festa estão em nossa Agenda.