Um pouco melhor, mas longe do satisfatório. Pesquisa da Associação da Parada do Orgulho LGBTS de Brasília divulgada na sexta 24 mostrou que a discriminação contra LGBT caiu na capital brasileira. Em 2007, levantamento constatou que 64% do segmento tinha sido vítima de preconceito. O estudo de 2016 mostrou que o índice caiu para 51,4%. A queda foi de 20%. O DF é a única Unidade da Federação do Brasil a ter esse comparativo.
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A pesquisa foi financiada por meio de doações de gays e realizada por voluntariado e parceria com a Strategos, Empresa Júnior de Consultoria Política da Universidade de Brasília. Foram entrevistados 375 LGBT em locais de frequência arco-íris do Distrito Federal em neste mês. A coordenação geral foi do integrante da coordenação da associação da parada e sócio-proprietário da Guiya Editora, Welton Trindade.
Para Trindade, o levantamento evidencia que, aos poucos, o respeito à diversidade tem ganho espaço, mas o trabalho para superar a intolerância deve continuar. "Não se pode aceitar que ainda um de cada dois LGBT tenham sofrido discriminação. Nossa comemoração aí dura pouco ao ver ainda o quanto há preconceito.”
Outro dado preocupante encontrado pelo estudo é o alto nível de discriminações que não são denunciadas. Dentre a amostra entrevistada e que sofreu preconceito, 87% disseram não terem feito relatos oficiais sobre o ocorrido, seja policial, alguma autoridade pública ou responsáveis por ambientes de trabalho ou estudo.
Dos 375 respondentes, 58,1% foram homens cisgêneros homo ou bissexuais, 29,8% de mulheres cisgnêneros homo ou bissexuais e 4,5% de travestis, transexuais e transgêneros. As proporções foram definidas com base na pesquisa sobre sexualidade Mosaico Brasil (2008), da USP, que traçou perfil com base na orientação sexual dos moradores do DF. Travestis, transexuais e transgêneros, que dizem respeito a identidade de gênero, tiveram inclusão na pesquisa de forma aleatória e de acordo com presença nos locais pesquisados.