A relação entre o vírus zika e o sexo pode aumentar. Cientistas acreditam haver possibilidade de transmissão também por meio de sexo oral. A via sexual por penetração já é comprovada.
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Em carta publicada pelo The New England Journal of Medicine, médicos relataram, segundo o The New York Times, um caso surgido na França.
Um homem de 46 anos retornou a Paris depois de passar pelo Rio de Janeiro em 10 de fevereiro. No Brasil, ele apresentou sintomas do zika - febre, dor de cabeça, erupções - que cessaram assim que chegou a Paris.
Em sua cidade natal, ele teve relações sexuais com sua companheira sete vezes entre 11 e 20 de fevereiro - que envolveram sexo vaginal sem ejaculação e sexo oral com ejaculação.
Em 20 de fevereiro, a mulher ficou doente. Ela apresentou o zika na urina e saliva e anticorpos para o vírus no sangue. Um exame realizado diretamente em sua vagina deu negativo para a infecção. O homem não apresentava mais o vírus no sangue ou saliva, mas tinha altos níveis no esperma e na urina.
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O casal usava o sexo oral como controle de natalidade, disse o médico Yazdan Yazdanpanah, especialista em doenças infecciosas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas, em Paris, e um dos autores do estudo.
Os cientistas acreditam que a causa mais provável de transmissão tenha sido por sexo oral, porém não descartam uma pré-ejaculação durante o sexo vaginal. Já por meio do beijo, eles acreditam que as chances são quase nulas.
"Mas para ter certeza teríamos que procurar beijos profundos sem contato sexual, e isso é difícil de encontrar", disse John T. Brooks, epidemiologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, à publicação.
Já houve registros de infecção pelo zika por meio de relação sexual em vários países onde mosquitos não carregam o vírus, como Portugal, França, Alemanha, Itália e Novs Zelândia.