A vontade de aparecer em cima atos homofóbicos tem nome e sobrenome na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O deputado Cezinha de Madureira (DEM) apresentou projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual em todo o Estado de São Paulo.
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O PL 820/2015 passou a tramitar na Casa na quinta-feira 21. A pretensão é que a data seja "comemorada" no terceiro domingo de dezembro de cada ano e faça parte do Calendário Oficial do Estado.
Consta no artigo 3º do projeto que o Executivo deverá "conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes". E este é só o começo da enxurrada de discriminação e preconceito que compõem o PL.
Em sua justificativa para criar a data, Madureira se cerca de argumento mentiroso que circula pela boca de pastores evangélicos e falsos defensores da moral da internet ao dizer que homossexuais querem aprovar leis que lhes concedam privilégios.
O deputado, que se diz cristão, pede que não-heterossexuais voltem para o armário, já que não fazem parte dos "padrões normais da sociedade" e pergunta: "Será que os homossexuais entendem como direito à liberdade, dois bigodudos entrarem em um restaurante e ficarem se beijando sem respeitar os demais clientes daquele estabelecimento?".
O ataque à comunidade arco-íris segue com a proposta de que de que homossexuais devam seguir no "anonimato", pois "para chamarem atenção começam a exigir direitos que se quer os héteros têm". E encerra considerando gays e lésbicas como o "terceiro sexo", já que o deputado pretende que a data seja oficializada como símbolo da luta pelo "orgulho de ser homem e o orgulho de ser mulher".
E nem ser original o dito parlamentar consegue. A proposta é cópia do projeto de lei do ex-vereador Carlos Apolinário, aprovado em 2011 e vetado pelo então prefeito Gilberto Kassab.
O projeto pode ser acessado aqui. Se quiser dizer umas verdades para o parlamentar, escreva para [email protected]