O 8 de Março é só para lembrar os desavisados da luta e do valor das mulheres. A maior prova disso são as oito personalidades listadas abaixo que atuam cotidianamente pelo fim da homo e transfobia e do machismo com sua atuação dentro do movimento LGBT ou da gestão pública e na mídia. Elas não querem o poder. Elas já são o poder!
Lirous K'yo Fonseca Ávila
Sob sua presidência está a ADEH, de Floripa e uma das entidades locais com mais ações pela cidadania de pessoas trans do Brasil. A estudante de Serviço Social coordena iniciativas tais como formação em empreendedorismo e economia solidária com o segmento, e a criação de casa de apoio para trans em situação de vulnerabilidade. Também presidente do Fórum da Diversidade da Grande Florianópolis, Lirous integrou recente movimentação para que o filme "A Garota Dinarmaquesa" fosse exibido nos cinemas da região. Resultado: produção entrou em cartaz e dezenas de trans se reuniram para ver o filme.
Irina Bacci
A primeira lésbica a ocupar um dos principais cargos da estrutura do Governo Federal em direitos humanos, a de ouvidora nacional. Dentre suas funções está a de avaliar ações do Poder Executivo e do sistema de proteção, defesa e promoção de direitos humanos em todo o país, em diversos níveis de governo. A compilação de dados e análise do serviço de denúncia contra violações Disque 100 também está dentre suas atribuições, algo estratégico para o avanço do Brasil no respeito à cidadania. Sua atuação vem do ativismo LGBT, desde 2001, e inclui coordenação do Centro de Referência da Diversidade na capital paulista.
Daniela Mercury
Com mais de 30 anos de carreira na música, Daniela ganhou respeito e fãs no Brasil e em vários outros países. Seu bloco, o Crocodilo, há muito tempo é um dos mais agregadores de LGBT no carnaval de Salvador. Em abril de 2013, transformou seu outing - quando assumiu relação com a jornalista Malu Verçosa, hoje sua esposa - em ato político como protesto contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Desde então, a cantora tornou-se uma das maiores vozes pelos direitos arco-íris na mídia e é embaixadora da ONU na campanha Livres & Iguais, de superação da homo e transfobia.
Cris Stefanny
Uma das travestis com maior incidência política no Brasil, ela é presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), rede que congrega entidades trans de todo país, o que a faz ser uma das maiores do mundo. Dentre seu papel está a de pressionar ministérios para realização de iniciativas pelo resgate da cidadania trans. Moradora de Campo Grande, tem seu ativismo ligado ao trabalho pela cidadania de travestis e transexuais profissionais do sexo. No fim de 2015 tornou-se a primeira coordenadora de Políticas LGBT da prefeitura.
Laerte Coutinho
Uma das mais importantes cartunistas do País, Laerte é criadora de personagens icônicos dos quadrinhos, tais como Piratas do Tietê e Overman, Por meio de Muriel/Hugo, ela passou a discutir a transexualidade nas HQs ao mesmo tempo em que assumia sua identidade feminina, na década passada. Publicou diversos livros, contribuiu com os principais jornais e revistas do Brasil e foi tema de exposição em São Paulo, em 2014. Nesta década, abraçou o ativismo pelos direitos LGBT nas redes sociais, eventos e manifestações populares.
Míriam Martinho
Fundadora, em 1979, da primeira associação lésbica brasileira, o Grupo Lésbico-Feminista, em São Paulo, essa carioca que vive há décadas na capital paulista também criou o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF), em 1981. Seu trabalho estendeu-se fortemente pela comunicação. Concebeu o primeiro jornal lésbico brasileiro, o Chanacomchana, participou do famoso protesto no Ferro's Bar - considerado por muitos como o Stonewall brasileiro -, criou a Rede de Informação Um Outro Olhar em 1989, a primeira do País a se dedicar à saúde da mulher lésbica, além da Um Outro Olhar, primeira revista lésbica brasileira (encerrada em 2002 após mais de uma década) e do site de mesmo nome, ainda no ar.
Symmy Larrat
Formou-se como ativista no Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia. Publicitária, a paraense foi integrante do Conselho Estadual LGBT por dois mandatos e atuou pelo respeito ao segmento junto ao sistema de Segurança Pública local. Em São Paulo, foi coordenadora do programa Transcidadania, que concede bolsas de estudo para travestis e transexuais e tornou-se referência nacional na questão. Em 2015, tornou-se a primeira travesti nomeada para cargo de confiança no Governo Federal ao ocupar o cargo de coordenadora nacional de Promoção dos Direitos de LGBT do Poder Executivo, sua função atual.
Jessica Tauane
Uma das criadoras do Canal das Bee, que conta com mais de 220 mil seguidores no YouTube, e, desde 2012, exibe vídeos divertidos e esclarecedores a respeito da discriminação contra LGBT e o machismo. Acometida por uma doença de pele, Jessica, que sempre foi bem resolvida com sua imagem, viu-se obrigada a emagrecer e lançou, há alguns meses, o Gorda de Boa, canal em que mostra seu processo para perder peso e principalmente discute padrões de beleza estabelecidos e incentiva o empoderamento das pessoas.