Após emitir parecer em que pedia restrição do horário do Parque Ibirapuera para evitar frequência de homossexuais, um comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi demitido.
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O GCM Rubens Aparecido da Silva, que era responsável pela cobertura da área, produziu relatório no qual desaprova o funcionamento do parque após as 22h e o horário estendido de fim de semana, definidos em 2013.
No documento, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, Silva escreveu que após 22h não recomenda que o lugar esteja aberto por causa da mudança de perfil do público: "Homossexuais, skatistas e jovens com problemas relacionados ao uso de bebidas".
Foi esta justificativa do GCM que o fez ser destituído do posto pelo secretario municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano, que a considerou "totalmente equivocada, que passa ideia de preconceito contra essa população", segundo afirmou à rádio CBN.
O secretário explicou que a decisão a respeito do horário do parque não cabe ao comandante da guarda, que deve apenas ouvir as deliberações do conselho gestor do parque e levá-las à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que responde pela área. "Ele não tem competência para fazer relatórios sobre os horários de funcionamento do parque. Tendo conhecimento disso, principalmente da justificativa, eu substituí o comando da guarda", revelou Mariano. O GCM será aproveitado em outra unidade.
À publicação, o ativista e empresário Bill Santos, único representante LGBT no conselho do Ibirapuera, disse que a maioria dos representantes do órgão quer limitar o uso do espaço para as pessoas mais carentes. "O que eles querem é fechar o parque para os pobres, os negros, os gays e os moradores da periferia", disse.
O conselho deveria votar o fechamento do parque após as 22h nesta quarta-feira 9, mas a decisão final cabe à Prefeitura.