Brasileiros formam apenas a 28ª maior população estrangeira em Londres, mas quando se trata de HIV, são os primeiros.
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A cada 100 novos pacientes diagnosticados com o vírus na capital britânica, sete são brasileiros - o maior percentual dentre os estrangeiros na cidade, à frente dos espanhóis, italianos e norte-americanos.
José Resinente, coordenador do projeto Naz Vidas, braço em português da ONG britânica Naz, que ajuda estrangeiros vivendo com HIV no Reino Unido, acredita que a prostituição e as drogas são dois motivos que podem ajudar a explicar essa alta taxa do vírus em nossos conterrâneos.
"De um lado, há um número significativo de gays brasileiros que trabalha como profissionais do sexo", disse Resinente à BBC Brasil. "De outro, a relação sexual nem sempre é feita de maneira protegida sob influência de drogas. Quanto mais jovem, maior o risco."
Um estudo de 2013 realizado pela pesquisadora Louise Mc Grath-Lone, da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Imperial College London, mostrou que 39% dos prostitutos do Reino Unido vêm da América do Sul. Desse total, 97% são brasileiros.
Quanto às drogas, é cada vez mais comum o uso de substâncias como GBH e ketamina na comunidade gay londrina. Em festas, frequentadores usam as drogas antes de manter "relações sexuais arriscadas".
Em média, cerca de 100 brasileiros - homo e heterossexuais - são diagnosticados com HIV em Londres a cada ano. Mais da metada (56%) contraiu o vírus após se mudar para o país. Estima-se que existam 45 mil homens que fazem sexo com homens soropositivos na capital britânica - sendo que 6,5 mil não sabem que estão infectados.