Depois de semanas e até meses de trabalho para mostrarem-se como a melhor opção como representantes de LGBT no Poder Legislativo local e não terem chegado lá, alguns candidatos arco-íris desabafaram.
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Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gray da Bahia (GGB) e que disputou posto na Câmara de Salvador pelo PSB, disse em sua página no Facebook, acreditar em fraude já que os 658 votos que recebeu seriam poucos demais perto da adesão que recebeu durante a campanha.
"Vamos pedir recontagem de votos. Considerando a grande quantidade de mensagens positivas recebidas no meu zap (sic) no dia 2 de outubro declarando-se eleitores (...) acabamos por concluir que a quantidade de votos adquiridos não conferem com o potencial de trabalho que foi realizado", escreveu Cerqueira, enumerando vários motivos para alegar uma possível fraude.
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Quem também enumerou razões (16 ao todo) a respeito do resultado do pleito foi Allan Johan, diretor da Revista Lado A, o LGBT mais votado ao Legislativo de Curitiba (829 votos, pelo PSB). O empresário citou, dentre outros motivos da baixa adesão à campanha, sua pouca mobilização com a região, corte de gastos por causa da greve dos bancos e o fato de que poucos gays da capital paranaense votarem na cidade. "Estimo que apenas 1 a cada 5 vota aqui", escreveu.
Todd Tomorrow, o quarto LGBT mais votado em São Paulo (8.640 votos), lembrou do alto número de abstenções e nulos. "Sei que quem votou em mim o fez porque está cansado da anti-política. Faço política. E você também faz. E ela é feita além do ato de votar", disse o publicitário que concorreu pelo Psol.
Em vídeo, a cantora Sandra de Sá, que disputou o pleito pelo Rio de Janeiro, agradeceu às 1.993 pessoas que lhe confiaram voto e à pequena equipe que a ajudou. "A experiência foi incrível. Passei a conhecer mais desse mundo. Comecei a entender mais desse mundo", disse.
Esperançosa também foi a mensagem de Larissa Moraes (PMDB), a mais votada dentre os candidatos arco-íris na capital baiana (6.500 votos). "Podem ter certeza que esse foi só o primeiro passo para que tenhamos ainda mais êxito na nossa caminhada", escreveu.
Nesta mesma linha escreveu Carla Ayres, que disputou a Câmara de Florianópolis pelo PT. "Foi pouca grana, pouco tempo, as pessoas, as mentes, e os sonhos suficientes para movimentar a confiança de 1.080 votos dos quais sou muito grata. Votos que na prática nos coloca como a 3° suplente de nossa coligação (PCdoB/PT)", disse, lembrando ainda que foi a sexta mulher mais votada na cidade dentre as 124 candidatas.