Amigos fazem pacto para sair do armário em 'Do Lado de Fora'

Publicado em 15/05/2014

Quarteto faz um pacto com intenção de sair do armário em 'Do Lado de Fora'

Marcio Claesen

Sair do armário dificilmente é algo simples para um homossexual. Colocar o ato como meta em um grupo com um objetivo comum pode facilitar as coisas. Ou não? Esse é o tema de Do Lado de Fora, de Alexandre Carvalho, que chegou aos cinemas esta semana.

Em conversa com a Editora Guiya, o diretor avalia que ainda é necessário "falar de uma coisa simples que é sair do armário". Para Alexandre, a "situação está melhor" hoje, mas a luta pelos direitos LGBT não deve cessar. 

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, uma das maiores manifestações do gênero no mundo, é um local simbólico para o longa. "Nem existiria o filme se não fosse a parada", avalia. "Você coloca 100 mil, 1 milhão de pessoas lá e mostra para a sociedade que os gays existem. A visibilidade é o caminho para as conquistas".

É na parada que o filme começa. Mauro (Luis Vaz) e Rodrigo (Mauricio Evanns) curtem o evento pela primeira vez na companhia do tio de Mauro, Vicente (Marcelo Airoldi). Logo após o evento, eles presenciam uma agressão a Roger (André Bankoff). Os quatro fazem, na mesma noite, um pacto: todos devem se assumir até a próxima edição.

Os conflitos, no entanto, aparecem na vida de todos. Mas dois prevalecem: num deles, o afetado Mauro precisa suportar a reprovação dos pais evangélicos que pretendem tirar o demônio de seu corpo. Na outra ponta, o bonitão Roger, com mulher, um filho e outro a caminho, vive uma vida dupla já que se apaixona por Vicente.

No meio do caminho de Roger ainda há Dona Vera, a sogra casca-grossa interpretada por Silvetty Montilla. Não é preciso dois segundos na tela para que Silvetty comecer a render gargalhadas. Seu personagem funde um perfil clássico de sogra indesejável com a performance da artista nos palcos e programas de TV. O texto, segundo Carvalho foi totalmente decorado, mas com espaço para improvisações da drag, que foi a primeira escolha para o papel.

Alexandre se apropria de endereços típicos da comunidade gay paulistana, como a Rua Frei Caneca, para contar uma história leve acerca de um tema difícil, de pessoas que pretendem se livrar de mentiras para serem elas mesmas, mas sem perderem öo convívio com quem amam. A despeito de algumas caricaturas, seja em personagens ou situações, o longa é bem-vindo por nos fazer olhar para nós mesmos, sejamos gays ou héteros, e compreender as atitudes do outro.

 

Para informações sobre onde assitir ao longa, veja em Agenda, aqui ao lado.


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