Os adolescentes gays e transexuais, um dos grupos no qual a contaminação por HIV mais cresce no Brasil, pela primeira vez, participarão de pesquisa da PrEP - profilaxia pré-exposição. O procedimento consiste em um comprimido diário do medicamento Truvada para prevenir o contágio pelo vírus.
Ao todo, cerca de 1.800 jovens sexualmente ativos entre 16 e 19 anos de Belo Horizonte, Salvador e São Paulo participarão do estudo. A previsão é que a pesquisa se inicie no primeiro semestre de 2016 e dure cinco anos.
Nos últimos dez anos, a taxa de detecção da doença caiu 6,5% na população em geral, porém, subiu 41% na faixa etária de 15 a 24 anos. Os gays e trans dentro dessa faixa têm 12 a 30 vezes mais casos do que a população em geral.
O estudo será realizado pelo Unaids (braço da ONU para a aids), Unicef, USP, UFBA e UFMG com apoio técnico do Departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde.
Outro grupo, de adultos gays, transexuais, travestis e profissionais do sexo, integrará um segundo estudo, com duração de três anos e meio, mas sem previsão de início.
Uma pesquisa com a PrEP, também com adultos gays, mas em menor escala (cerca de 500 pessoas), já está sendo desenvolvida pelo governo brasileiro desde 2014 com homens do Rio de Janeiro e São Paulo.