Zélia Duncan falou sobre as décadas em que passou sem deixar evidente seu orgulho lésbico e que desde as eleições presidenciais de 2018 passou a se "expor" para ajudar outras pessoas.
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"Fui aprendendo algumas coisas sobre essa palavra importante que é ‘orgulho’, no meio da arena, no meio da minha vergonha. Eu, como uma criança, não podia imaginar o que ia acontecer comigo", lembrou a artista, de 56 anos, em live, na quinta-feira 26, organizada pela Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo.
O evento reuniu mulheres lésbicas de várias idades para falar sobre sua trajetória em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado neste domingo 29.
"Fui aprendendo a lidar com isso tudo, em público. Inclusive, por causa da campanha eleitoral tão violenta que a gente viveu, eu acho que comecei uma nova fase minha em público, de ficar me perguntando de uma maneira insistente: ‘O que você vai fazer, já que você tem algum espaço? Como é que você vai fazer para ajudar? Onde você atrapalhou para chegar nesse ponto? Onde você poderia ter ajudado e não ajudou?'."
"Então, eu comecei a me perguntar sobre um milhão de coisas, sobre o silêncio, principalmente. E comecei a me perguntar por isso em público. Por isso acho que esse momento tão tenebroso me propiciou um outro espaço, para além da cantora."
E prosseguiu: "O mais importante de tudo, mostrar e encontrar com o meu orgulho de ser quem eu sou e, desta maneira, começar a ter muita coragem, uma coragem que eu nunca tive eu comecei a ter, de uns poucos anos pra cá. Se vocês pensarem, estou com 56, descobri que era homossexual aos 16, 40 anos – o mesmo tempo de carreira que eu tenho."
"Acho que eu só comecei a ter uma postura mais madura em relação a isso, há poucos anos. Eu nunca fingi ser quem eu não sou, eu não me escondi, mas eu não me expunha desta maneira. Eu comecei a entender que era importante se expor."
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