A diretora iraniana Marjane Satrapi criticou feministas que não aceitam as mulheres transexuais e afirmou que já houve embate com outras minorias antes.
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"Nos anos 60, as feministas odiavam as lésbicas. Como se pode odiar as lésbicas e ser feminista?", questionou a cineasta ao Europa Press.
A questão foi motivada pelas críticas recebidas das feministas à chamada "Lei Trans" que está em discussão na Espanha.
Desenvolvida pela ministra de Igualdade do país, Irene Montero, a legislação prevê que pessoas trans não necessitem de dois anos de hormonização para poder efetuar alterações de sexo e nome em seus documentos, que não haja idade mínima de 18 anos para efetuar as mudanças e que transexuais tenham acesso às mesmas proteções que mulheres cisgênero, dentre outros pontos.
Para Satrapi, em uma sociedade civilizada, "as pessoas podem ter o gênero que quiserem" e "todos podem ter seus direitos". Ela questiona: "Por que ser transexual é um problema?"
"A sociedade está composta por cidadãos e o gênero é uma pergunta pessoal, não é pertinente".
A diretora, conhecida pela animação Persépolis (2007) e pela comédia As Vozes (2014), lançou este ano Radioactive, longa sobre Marie Curie, primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel e um dos nomes mais importantes da Física até hoje.