No elenco fixo do Porta dos Fundos, Fábio de Luca falou sobre como se entendeu gay e quando notou que existe uma comunidade ursina.
O ator contou que se descobriu homossexual na primeira vez em que foi a uma boate gay. O local se chamava Rosa Choque e ficava em Nova Iguaçu, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Naquela noite o Juizado de Menores esteve na boate e ele, menor de idade, foi ajudado por uma travesti PCD chamada Grace Kelly.
"Me tacou no camarim e falou para eu ficar quieto e, se o Juizado passasse por lá, era para que eu colocasse uma peruca e me pintasse. Nesse dia, não apenas me descobri artista, por ser defendido por Grace Kelly, mas por haver beijado um homem pela primeira vez, compreendi que eu, efetivamente, era gay", disse Fábio, em entrevista ao site Heloisa Tolipan.
Ele recorda que na adolescência tentava entender o que acontecia com ele quando ficava com rapazes.
"Cheguei até a procurar amparo na religião, e rezava continuamente. Hoje vejo a pessoas com mais informações, mais arejadas e prontas para receber e compreender seus filhos, e a receber as minorias."
Muitos anos depois, após se separar do marido, o ator descobriu que havia uma comunidade de ursos dentro do meio gay.
"Fui casado por 12 anos, quando me casei, inclusive eu era magro. No final desse relacionamento eu estava bem gordo", lembrou-se.
"Não sabia, incialmente, dessa tribo, até por conta de ver na comunidade LGBT uma grande fixação com o corpo em forma, ainda mais no Rio de Janeiro. E eu nunca fui ligado à academias de ginástica. Quando da minha separação passei a usar os apps de relacionamento, fui dando matches e entendendo o fetichismo por sobre o corpo [gordo]”.
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