Por conta de um Jesus Cristo gay, uma igreja evangélica pediu na Justiça indenização bilionária - mais precisamente, R$ 1 bilhão - mas acabou tendo de arcar com prejuízo de R$ 82 mil.
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Os alvos da igreja Templo Planeta do Senhor eram a Netflix e o Porta dos Fundos que veicularam e produziram o especial de natal A Primeira Tentação de Cristo, em 2019.
A sátira ganhou bastante repercussão tanto por quem gostou quanto de quem a odiou. O principal motivo: Jesus Cristo, vivido pelo ator Gregorio Duvivier, é gay na história.
Segundo a Veja, Anselmo Ferreira de Melo, advogado e presidente do Templo, diz na ação que se sentiu desrespeitado na sua fé cristã quando o filme fez representação de um Jesus Cristo homossexual.
A igreja pediu direito da Justiça gratuita. A juíza Patrícia Conceição, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, requereu os balancetes do Templo para que os religiosos provassem que tinham esse direito, mas eles não os mostraram. Por causa disso, ela negou o pedido.
A juíza também questionou a legitimidade da igreja em receber a indenização e o motivo de pedir valor tão alto. Só depois disso, a igreja fez aditamento ao processo dizendo que iria distribuir a quantia para instituições de caridade.
Quando negou a Justiça gratuita, a magistrada ordenou o pagamento das custas processuais para que o processo continuasse.
Os custos são fixados em 1% do valor da causa com o limite máximo de 3 mil Ufesps, um tipo de moeda de conta. Este valor está em R$ 82 mil.
A igreja, então, pediu a desistência do processo e para diminuir o valor inicial da indenização de R$ 1 bilhão para R$ 100 mil.
A juíza afirmou que desistir do processo era direito da igreja, mas pedir para reduzir a quantia só para pagar valor menor de custos do processo, não.
Os religiosos recorreram e o Tribunal rejeitou o recurso porque eles não pagaram as custas do processo.
O caso é considerado encerrado e a dívida da igreja com a Justiça ficou em R$ 82 mil.