A partir desta quinta-feira 5 e até o próximo dia 9, São Paulo recebe a segunda edição do Risco Festival.
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As atrações dividem-se entre o espaço próprio do evento, a Casa Risco, e a Oficina Cultural Oswald de Andrade - ambas na região central -, e o recém-inaugurado Centro Cultural da Diversidade, no Itaim Bibi.
Em sua estreia, em 2018, o festival ocupou 14 espaços da cidade. A diminuição, segundo os organizadores, se dá pelo momento que o País atravessa com uma "produção artística respirando por aparelhos em um ambiente político ainda mais complexo e polarizado".
A programação inclui shows, performances, festas, obras em processo, oficinas e conversas, questionando seu próprio modelo como festival e as práticas colaborativas e de autogestão que se fazem necessárias no contexto atual.
O Risco tem direção artística de Natalia Mallo e Gabi Gonçalves, curadoria de Natalia Mallo e é uma realização da Associação Cultural Corpo Rastreado, com apoio da Embaixada da França - Institut Français, Secretaria Municipal de Cultura e Ateliê Quimera.
Confira a programação completa:
Quinta-feira, 05/12 - 21h - Abertura com a Noite Foda
Noite dedicada ao prazer e às poéticas e políticas do erotismo. Com Abhiyana (Textos Putos Pocket), sarau de poesia erótica (Natalia Barros, Caio Juliano e microfone aberto) e DJs.
Onde: Casa Risco.
Quanto: R$ 20 (valor sugerido/pague quanto puder).
Sexta-feira, 06 e sábado 07/12 - Oficina "Captação de Recursos em tempos de Censura e Desmonte" Com Lola Silva (França)
Dia 6, 14h às 18h - Onde procurar - Compartilhamento de base de dados com fontes internacionais de financiamento para projetos artísticos, culturais e iniciativas de ativismo.
Dia 7, 10h às 14h - Como acessar - Diretrizes para a escrita de propostas e projetos para convocatórias e fundos internacionais.
A oficina tem o objetivo de compartilhar estratégias de financiamento de projetos dissidentes através de fundos internacionais.
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Sexta-feira, 06/12 - 19h - Noite Não Binária - Cocuradoria com Núclea de Pesquiza Tranzborde Exibição
Exibição (prévia em processo) do filme Limiar de Coraci Ruiz, conversa, performances: Amores que (dança), Queima em Processo, com Florido (teatro), e DJs.
Noite curada em parceria com o coletivo Tranzborde, composto por jovens artistes não-binários, a Noite Não Binária celebra a potência disruptiva destes corpos e narrativas, que questionam o nosso entendimento do mundo e nos oferecem o vislumbre de um paradigma libertador.
Onde: Casa Risco.
Ingressos: R$ 20 (valor sugerido/pague quanto puder).
Quinta-feira, 05 e sexta-feira, 06/12 - 13h30 às 18h30 - Oficina de performance drag king com Maruja Bustamante e Belen Gatti (Argentina)
Drag King é um gênero humorístico que surge como desdobramento da linguagem do cabaré.. Mas pode significar também um ato político e uma investigação pessoal. Historicamente mulheres se vestiam como homens para poder realizar atividades que lhes eram proibidas. A oficina propõe ampliar as categorias e definições que respondem às perguntas: Por que fazer drag king? Como encontrar meu drag? Como ferramentas: o corpo, a maquiagem, associações de pensamentos, o corpo no espaço, uso do microfone e construção da voz. O trabalho é acompanhado de momentos de debate e reflexão, incluindo material teórico e audiovisual.
20 vagas. Inscrição pelo link: https://forms.gle/Q9mdseVA2Hj71pFX9 7/12
Onde: Centro Cultural da Diversidade.
Sábado, 07/12 - 16h - Show com Filipe Catto
Para marcar o lançamento do álbum Catto (Biscoito Fino), Filipe criou o show O Nascimento de Vênus, que já rodou o mundo inteiro encantando plateias. Neste show, o repertório será apresentado de maneira intimista em formato acústico.
Onde: Centro Cultural da Diversidade.
Sábado, 07/12 - 19h - Show com Dani Nega
Recém chegada de turnê na Europa com DJ Craca, Dani Nega apresenta o repertório no qual mistura rap, spoken word e beats eletrônicos, servindo como base para suas letras de alta carga política, abordando questões como a apropriação cultural, genocídio do povo negro no Brasil e sua vivência como mulher negra e lésbica. Neste show, Dani apresenta ainda uma prévia de seu primeiro EP autoral, que será lançado em 2020.
Sábado, 07/12 - 20h30 - Conversa "Música Dissidente"
Com Nelson D, Brisa Flow, Dani Nega e Los Reyes del Amor (Argentina).
A conversa será um momento de conexão entre artistas de diferentes linguagens, origens e países com o público, para tratar de proposições musicais fora da norma, produzidas no contexto urbano das grandes cidades a partir de subjetividades ameaçadas pela ferida aberta do colonialismo.
Domingo, 08/12 - 19h - Espetáculo - Show com drag kings Los Reyes del Amor (Argentina)
Dirigido por Marianela Portillo e estrelado por Maruja Bustamante e Belén Gatti, o espetáculo trata do cruzamento de duas histórias, uma "gaúchesca" e outra de aventura, transitando entre o realismo mágico e o romantismo. Dois imitadores, um de Elvis e outro de Sandro (cantor e ícone sexual argentino da década de 1970), finalmente se encontram e depois de se tornarem amigos, percebem que outro elo e um passado os unem. O destino de um piloto de avião, que está se aposentando da profissão, se cruza com o de um jovem do interior perdido em Buenos Aires. Unidos pela paixão e pela música, imitam os grandes Elvis e Sandro, tornando-se showmen.
Quanto: gratuito.
Onde: Centro Cultural da Diversidade.
Segunda-feira, 09/12 - 21h - Futurismo Indígena
Com Brisa Flow, Nelson D e Brian Solomon (Canadá).
Brisa Flow e Nelson D representam o movimento indígena futurista que vem ganhando voz no meio musical. Brisa Flow é descendente do povo Mapuche. É cantora, musicista, compositora, poeta,performer, produtora musical e ativista pelo direito de demarcação e uma das principais vozes contra o genocídio da população indígena no país. Nelson D é manauara, criado na Itália, onde estudou artes visuais, e produtor musical, responsável pela sonoridade de singles de artistas como Danna Lisboa, Tassia Reis e Glória Groove, dentre outros.
Junto com eles, o multiartista e bailarino canadense Brian Solomon, da etnia Anishnaabe, do norte do Canadá, apresenta o solo Red Sheet: "Uma reflexão trágica sobre a verdade através da expressão elétrica do meu espírito. Testemunhar as esculturas em movimento de um povo nos ajuda a entender para onde estamos indo e onde já estivemos", explica.
Estes três artistas, juntos, representam a pluralidade da arte de resistência indígena, em diálogo com a cultura urbana, o ativismo, a moda, o corpo e a linguagem audiovisual.
Quanto:gratuito.
Onde: Centro Cultural da Diversidade.
Segunda-feira, 09/12 - 21h às 3h - Festa de encerramento
Shows, performances e DJs.
Onde: Casa Risco.
Ingressos: R$ 20 (valor sugerido/pague quanto puder).
Casa Risco / Quimera Atelier - Alameda Nothmann, 280 - Campos Elíseos (próximo à Estação da Luz).
Centro Cultural da Diversidade - Rua Lopes Neto, 206 - Itaim Bibi.
Oficina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro.
