Prestes a completar seis anos, o ataque à boate LGBT Pulse, nos Estados Unidos, inspirou o drama A Golondrina, que volta aos palcos de São Paulo nesta sexta-feira 3.
A trama mostra o encontro de um sobrevivente de uma chacina em um espaço LGBT, Ramón (Luciano Andrey), com a professora de canto Amélia (Tania Bondezan), que também teve sua vida marcada pelo fatídico evento.
Aos poucos, os personagens revelam suas histórias, que vão se entrelaçando como num quebra-cabeças.
Também responsável pela tradução do original de Guillem Clua, Tania falou do encanto pelo espetáculo.
"A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista", diz.
"Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções."
"O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo", pontua Luciano. "Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe o ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões."
Ele complementa: "Ao invés de assumir a posição de um deles, o autor propõe uma reflexão sobre a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro e sermos empáticos, que acredito ser a chave para as mazelas humanas."
A Golondrina faz nova temporada na cidade, de sexta a domingo, agora no Teatro Fernando Torres, no Tatuapé, zona leste, até 31 de julho. Mais informações você tem em nossa Agenda.
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