Dor pela homofobia é tema de 'A Golondrina', que volta aos palcos

Espetáculo, inspirado em ataque a boate gay, faz nova temporada na cidade até 4 de novembro

Publicado em 06/10/2021
A Golondrina: Luciano Andrey e Tania Bondezan estão na peça que fala de homofobia
Luciano Andrey e Tania Bondezan em cena. Foto: Odilon Wagner

Dois personagens unidos por uma dor motivada pela homofobia. Este é o ponto central de A Golondrina, espetáculo que volta aos palcos no próximo dia 12.

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Em cena, temos Ramón (Luciano Andrey), sobrevivente de um atentado praticado contra um bar gay, e Amélia (Tania Bondezan), professora de canto, que também tem história ligada ao trágico evento.

Aos poucos, os personagens vão revelando suas histórias, que se entrelaçam como num quebra-cabeças.

O texto é inspirado no ataque terrorista à boate LGBT Pulse, de Orlando (Estados Unidos), que matou 49 pessoas em 2016, assim como em outros episódios, como as tragédias da casa de shows Bataclan, de Paris, em 2015, e de Las Ramblas, em Barcelona, em 2017.

"A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista. Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia", conta Tania.

"A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções."

Por esta atuação, a atriz ganhou o Prêmio Shell, um dos mais importantes do teatro brasileiro, em 2020.

O texto, do espanhol Gullem Clua, já teve montagens em países como Inglaterra, Peru, Uruguai e Grécia.

Tania é também responsável pela tradução brasileira da peça. "É uma obra que fala sobre liberdade, diversidade e, sobretudo, sobre aceitação, temas tão caros nos dias que vivemos em todos os lugares do mundo e especialmente aqui no Brasil", diz.

"O ataque ao bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui no nosso país este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão."

O espetáculo, que tem direção de Gabriel Fontes Paiva, faz temporada de terça a quinta no Teatro Vivo, até 4 de novembro.

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