Marcio Claesen
Longa de Cláudio Marques e Marília Hughes, A Cidade do Futuro estreia nos cinemas nesta semana falando de um relacionamento bem peculiar.
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A trama se passa em Serra do Ramalho, no Vale do São Francisco, na Bahia, e acompanha a história do professor Gilmar (Gilmar Araujo), do vaqueiro Igor (Igor Santos) e a também professora Milla (Milla Suzart).
Milla dá aula de artes na escola e é bissexual. Ela está grávida de Gilmar, que leciona história e namora Igor. Se até em uma cidade grande, eles já chamariam atenção, o que dirá numa localidade com pouco mais de 30 mil habitantes?
Ainda que o longa peque por ter um tom documental em muitos momentos e que não funciona, ao tentar resgatar a época em que milhares de famílias tiveram de deixar, na época da Ditadura, seus lares para a construção da represa de Sobradinho, confira 5 motivos para assistir ao filme:
1. Conheça um trisal
Em metrópoles como São Paulo já não é incomum saber de relacionamentos a três. Cada trisal tem suas próprias regras e sabe a melhor maneira de fazer a relação dar certo. No longa, os três passam a morar juntos e os dois homens dividirão a paternidade da criança.
2. Fora do eixo Rio-SP
Como não há tamanha oferta de produções LGBT no Brasil, a grande maioria ainda se passa nas capitais fluminense e paulista. É bom ver gays e bissexuais como nós em outra realidade, em outras paisagens, com seus próprios sotaques e modos de viver.
3. Naturalismo
Percebe-se que há não-atores e muitos estreantes no cinema neste filme, a começar pelo trio de protagonistas. Ainda que alguns coadjuvantes deixem a desejar, os três se saem bem e dão um ar muito natural às situações.
4. Intolerância
Se para você sair de mãos dadas com o namorado é comum em ruas de São Paulo ou do Rio, no interior do Brasil a realidade é outra. O filme mostra com o que a maioria de gays e lésbicas ainda lidam: vizinhos intrometidos, família preconceituosa e estar à mercê de agressões nas ruas.
5. Trilha sonora
Muito acertada, a trilha do filme é uma graça e tem em uma canção o seu destaque: o forró Jeito Carinhoso. Uma das vezes, em especial, em um clube noturno, a música embala a cena mais simbólica do longa-metragem.