Um voluntário que foi ajudar aos desabrigados do edifício que desmoronou na região central de São Paulo acusa funcionários de um hotel próximo de homofobia
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O publicitário de 34 anos, que prefere não revelar o nome, chamou um carro pelo Uber para voltar para casa e estava em frente a um hotel na Avenida Ipiranga.
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Ao perceber que poderia ser assaltado, ele tentou entrar no hotel, mas foi ofendido com xingamentos homofóbicos pelo recepcionista e levou um soco no peito do segurança do local que o impediu de ficar ali dentro.
"Fui ofendido porque sou gay e apanhei por estar sujo depois de ter ido voluntariamente ajudar as famílias que perderam tudo no desabamento", disse o publicitário, ao G1.
"Apesar de dizer que não se lembra dos nomes dos funcionários, ele contou que sabe identificar quem são os dois homens. "E mesmo dizendo a eles que só queria ficar lá esperando o transporte por aplicativo por segurança, porque achei que poderia ser assalto, eles me enxotaram", conta.
A vítima registrou um boletim de ocorrência no 78º Distrito Policial (Jardins) como injúria e lesão corporal. Como há suspeita de que o publicitário tenha sido vítima de homofobia, a Delegacia Estadual de Crimes Racionais e Delitos de Intolerância (Decradi) vai assumir as investigações.
O publicitário afirma que voltou ao hotel, mas desta vez como hóspede. "Por pirraça decidi me hospedar no hotel só para mostrar que tenho condições de me hospedar e só estava querendo ajuda antes."
Na madrugada de terça-feira 1º, um curto-circuito no quinto andar do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, provocou incêndio que se alastrou pelo prédio todo. Poucas horas depois, o prédio desabou. Centenas de pessoas, que ocupavam o edifício de forma irregular, ficaram desabrigadas e ao menos quatro estão desaparecidas.