O deputado estadual Douglas Garcia (PSL) recebeu advertência verbal e por escrito da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por ter dito no plenário que tiraria "no tapa" uma pessoa transexual que usasse o mesmo banheiro que sua mãe ou irmã.
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
Por causa da fala transóbica, Garcia, que assumiu gay dias depois, foi alvo de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa movido pela também deputada Erica Malunguinho (Psol), que é transexual.
No final de agosto, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), presidente do conselho, já havia adiantado à Veja São Paulo a possibilidade da punição. Segundo ela, desde 1999 que um deputado paulista não sofria uma sanção do tipo.
"Isso fica marcado no currículo do deputado. E, se for acumulado, pode culminar até em cassação de mandato", disse Maria Lúcia.
Garcia ouviu a punição, na quarta-feira 2, em pé, dita por Maria Lúcia. "Fica Vossa Excelência, deputado Douglas Garcia, advertido (...) acerca da necessidade de plena observância aos preceitos de ética e decoro parlamentar contidos nas normas legais que regem a matéria, em especial o Código de Ética e Decoro Parlamentar desta Casa, atentando pelas regras de boa conduta sob risco de incidência de penalidade de natureza mais grave do que a ora aplicada", proferiu a deputada.
No Twitter, o parlamentar, que se assumiu gay após o início do processo, afirmou que continuará a atuar contra o trabalho da militância LGBT e o uso de banheiros femininos por trans.
Acabo de ser advertido verbalmente pelo Conselho de Ética da ALESP por defender os direitos das mulheres poderem usar o seu próprio banheiro, por defender a minha irmã e minha mãe, por não aceitar que a militância LGBT desça goela abaixo a sua agenda no nosso Brasil... pic.twitter.com/LFEgFlcdIA
— Douglas Garcia ?? (@DouglasGarcia) 2 de outubro de 2019
