Primeiro político abertamente homossexual eleito para a Câmara dos Vereadores de São Paulo, em 2016, Fernando Holiday disse que não faz sexo.
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O motivo é para não contrariar um mandamento presente no Levítico, terceiro livro da Bíblia: "Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse uma mulher, ambos terão praticado abominação".
Em entrevista concedida à Época, em março, Holiday, na ocasião, não tinha relações há sete meses. Segundo a reportagem, que só foi publicada esta semana, o vereador pretende continuar com sua homossexualidade abstêmica.
"O fato de eu namorar outro homem é um pecado. O fato de eu ter um desejo constante por outra pessoa do mesmo sexo, mas não fazer isso, não é um pecado. É a única saída em estar na Igreja Católica e ser homossexual", disse.
Oposto ao que ocorre no País, Holiday cresceu frequentando igrejas evangélicas, mas hoje é católico. Ele é contra cotas raciais e o ativismo LGBT, e, portanto, bastante combatido por ambos os segmentos.
Mesmo crítico da gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB), ele deve apoiá-lo em sua candidatura ao Governo do Estado. Holiday diz que ficará em seu mandato até o final e que tentará a reeleição em 2020. À presidência, seu candidato é Flávio Rocha, o dono da Riachuelo.
"É preciso debater mais o que é conservadorismo no Brasil — e aí vem um saldo muito negativo do senhor Jair Messias Bolsonaro. O extremismo que ele representa e a forma como ele expõe suas ideias trazem uma impressão muito ruim do que seria o conservadorismo".
Holiday pertence ao Movimento Brasil Livre (MBL), que combate programas contra a homofobia nas escolas e exposições como a Queermuseu, que passou por Porto Alegre e Rio de Janeiro.