'Transfóbicos', diz vereadora trans a deputados do próprio partido

Duda Salabert (PDT) foi a mais votada nas eleições em BH em novembro. Polêmica diz respeito a projeto de lei federal

Publicado em 12/12/2020
Duda Salabert critica PDT por votação no Congresso Nacional
Duda se referiu a mudança de termo em proposta que objetiva proteger mulheres contra violência na política

Vereadora mais votada para a Câmara Municipal de Belo Horizonte em 2020, Duda Salabert (PDT) chamou deputados de seu partido de "canalhas" e "transfóbicos".

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As críticas de Duda se referem à votação do projeto de lei número 349/15, na Câmara dos Deputados, destinado a combater a violência contra a mulher na política.

A deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP) apresentou destaque para modificar a redação do texto para incluir mulheres transexuais.

Em vez de "em razão do sexo", o texto apresentaria "em razão da vítima ser mulher". 

A emenda foi rejeitada por 308 votos a 132. Dentre as mais três centenas de congressistas que não apoiaram a mudança do texto estavam oito do PDT.

"Na semana em que sou ameaçada de morte, alguns parlamentares do PDT votam contra incluir mulheres trans no projeto que combate violência política contra mulheres. Votaram assim no Dia Internacional dos Direitos humanos. Covardes! Desumanos! Canalhas! Transfóbicos! Traidores!", escreveu Salabert no Twitter.

No último dia 4, a vereadora eleita disse estar sofrendo ameaças de morte. "Desde que ganhei a eleição venho recebendo mensagens não apenas de ódio, mas também de ameaças", escreveu. Professora, ela afirmou que as mensagen também foram encaminhadas à direção do colégio onde leciona com a intenção de que fosse demitida.

Os deputados do PDT que votaram contra foram: Alex Santana (BA), Damião Feliciano (PB), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Sergio Vidigal (ES) e Silvia Cristina (RO).

O presidente da agremiação, Carlos Lupi, entrou na polêmica e afirmou que o coletivo tem compromisso com a cidadania trans. 

Na Câmara dos Deputados, há avaliação que a redação do projeto de lei, aprovado pela Câmara dos Deputados e que agora vai ao Senado, será entendida pela Justiça como inclusiva a pessoas trans tendo em vista que na retificação de documentos do segmento o sexo é modificado para o feminino. 


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