Política, vídeo de sexo e outing. Esses foram os ingredientes na sexta 5 no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O deputado estadual Douglas Garcia (PSL) assumiu-se homossexual em fala oficial da companheira de partido, Janaína Pascoal.
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E você ouviu falar dele esta semana. Sim, como uma pessoa transfóbica. Há poucos dias, o parlamentar disse que "tiraria no tapa" travesti ou transexual que usasse banheiro feminino em que alguma parente dele estivesse usando.
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O outing vem da força da comunidade gay. Depois de ter destilado preconceito, Douglas relatou que passou a sofrer ameaças de que vídeos e fotos dele seriam divulgados. Nossa reportagem apurou que são registros de sexo dele com homem.
É praxe no movimento gay internacional fazer o outing de pessoas públicas que se colocam contra a causa arco-íris como forma de denunciar a hipocrisia da personalidade.
O político, em primeiro mandato, afirmou que, frente ao que poderia acontecer, falou com os pais, com o partido e, enfim, hoje decidiu externar a própria orientação sexual.
Douglas presta grande desserviço à causa LGBT. Ele é vice-presidente do movimento Direita São Paulo, que tem como bandeiras pontos tais como Escola sem Partido, que pode punir professorado que fale de LGBT, e posição contrária à chamada ideologia de gênero.
Em breve discurso, depois de Janaína ter externado a homossexualidade dele, Douglas, vice-líder do PSL, afirmou que continua contra a "ideologia de gênero".
Nesta semana, após sua fala preconceituosa no plenário, Douglas pediu desculpas a quem por acaso tivesse ofendido. A deputada Erica Malunguinho (Psol), que é transexual, não aceitou as desculpas e sugeriu que ele apresentasse propostas em prol da comunidade LGBT.
O Psol declarou que entraria com ação contra o parlamentar por quebra de decoro.
Com o outing de Garcia, agora são quatro os LGBT asusmidos da Casa. Além dele e de Erica, há Leci Brandão (PCdoB), que é lésbica, e Isa Penna (Psol), bissexual.