Crianças em idade escolar na Arábia Saudita estão aprendendo que sexo anal é degradante, passível de morte e corresponsável por desastres naturais.
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A Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, analisou livros didáticos de escolas públicas do país para o ano letivo 2018-2019.
De acordo com relatório da ADL, há dezenas de passagens discriminatórias nas obras, que pregam ódio e incitamento à violência contra judeus, cristãos, mulheres e gays.
Em relação aos gays, os livros dizem que sexo anal corrompe a "alma humana" e deve ser punido com a pena de morte. Os livros também contam às crianças que sexo anal traz vergonha à família de um indivíduo e toda a tribo.
Esses ensinamentos reforçam os chamados 'crimes de honra' contra as pessoas LGBT. O currículo até ensina que o sexo anal é culpado por desastres naturais e corrupção na sociedade.
"A [decisão] correta [a respeito da sodomia] que os companheiros do Profeta concordaram é que tanto o ativo como o passivo são mortos, sejam eles casados ??ou solteiros", diz um livro chamado "Jurisprudência".
"Deus proibiu a sodomia e foi duro em sua punição devido aos seus maus efeitos sobre o indivíduo e a sociedade. Pois é uma degeneração na natureza, e uma corrupção no caráter, mata a virtude e destrói a moral, leva à depravação na alma de seu perpetrador, elimina a modéstia e o ciúme morre nas almas”, diz uma passagem na mesma página.
Desde 2008, a Arábia Saudita promete aos Estados Unidos remover as passagens intolerantes em livros escolares. O país é o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio e um dos que podem condenar gays à pena de morte.