No Dia da Afirmação Gay, 10 famosos que nos dão orgulho

Atores, cantores, cineastas: há homossexuais com talento em diversas expressões de arte

Publicado em 28/02/2023

Dia da Afirmação Gay

Nesta terça-feira 28 é celebrado o Dia da Afirmação Gay, data criada para lembrar das conquistas, da história e também das demandas dos homossexuais masculinos.

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Discriminação e preconceito sempre foram (e continuam a ser) obstáculos a serem superados por homens que amam outros homens.

Mesmo nas artes - área repleta de intelectuais, diversidade e afeita à liberdade - não é assim tão simples viver abertamente como gay.

Já os talentos são incontáveis. Há décadas, homossexuais se destacam na música, literatura, teatro, cinema e inúmeras outras formas de expressão.

Elencamos, aqui, alguns artistas assumidamente gays que nos enchem de orgulho:

Aguinaldo Silva
Este pernambucano de 79 anos mudou-se para o Rio nos anos 1960 e lá construiu trajetória de sucesso como jornalista. Foi um dos fundadores de O Lampião da Esquina (1978-1981), primeiro jornal de grande circulação abertamente LGBT, que era produzido na casa de Aguinaldo.

Estreou na TV Globo como autor da série Plantão de Polícia, em 1979, e por 40 anos escreveu, na mesma emissora, algumas das novelas de maior sucesso do País, tais como Roque Santeiro (1985), Tieta (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), A Indomada (1997) e Senhora do Destino (2004). Com Império (2014), venceu o Emmy Internacional de melhor novela.

Aguinaldo Silva

Alejandro Amenábar
Chileno e vivendo na Espanha desde seu primeiro ano de vida, o cineasta de 50 anos chamou atenção desde sua estreia em longas, com o desconcertante Morte ao Vivo (1996). Seu segundo filme, Preso na Escuridão (1997), baseou o sucesso Vanilla Sky (2001), estrelado por Tom Cruise e dirigido por Cameron Crowe.

Mas foi com o misto de terror e suspense Os Outros (2002), protagonizado por Nicole Kidman, que Amenábar entrou no time dos grandes da sétima arte. Depois ainda vieram Mar Adentro (2004), que lhe deu prêmio de melhor diretor no European Film Award, Alexandria (2009) e Regressão (2015), dentre outros. Ao todo, o cineasta soma 17 indicações e oito vitórias no Goya, o Oscar espanhol.

Alejandro Amenábar

Billy Porter
O teatro musical foi quem revelou e alçou este estadunidense de Pittsburgh ao estrelato. Após o sucesso em Kinky Boots, espetáculo com letras de Cyndi Lauper que lhe rendeu vários prêmios em 2014, Porter passou a ser visto com mais frequência na TV e no cinema.

Como o Pray Tell de Pose (2018-2021), o ator tornou-se mundialmente conhecido e começou a desfilar por tapetes vermelhos exibindo looks andróginos, extravagantes e/ou questionadores. Soropositivo para HIV, ele também faz valer de sua fama para conscientizar sobre o vírus, além de militar pelos direitos de LGBT.

Elton John
Tantos clássicos e êxitos na carreira não caberiam em poucas linhas para se falar de Sir Elton John. O músico está na ativa desde 1962 e lançou 31 álbuns solo, além de cinco em colaborações e 10 trilhas sonoras. O artista soma 29 músicas no top 10 da Billboard, nove delas em primeiro lugar.

Em 1976, assumiu-se bissexual, teve casamento hétero espalhafatoso na década seguinte, e em 1992 se disse confortável por finalmente poder se definir como gay. È casado com o produtor David Furnish há 30 anos, com quem tem dois filhos. É uma das maiores vozes da indústria musical pelos direitos LGBT e também um dos maiores contribuidores e incentivadores da descoberta da cura da aids dentre celebridades. Há uma fundação com seu nome que ajuda a soropositivos.

Elton John

Marco Nanini
Poucos atores no País são tão reverenciados pela classe artística e pelo público como ele. Há 50 anos em atividade no meio (e 74 de vida), Nanini construiu uma carreira sólida e com pontos altos tanto no cinema, quanto no teatro e na televisão.

Esteve em um dos maiores sucessos da história do teatro brasileiro (O Mistério de Irma Vap), em elogiadas produções no cinema, como O Auto da Compadecida (2000), e em inúmeros êxitos na TV, como a novela Brega & Chique (1987), o humorístico TV Pirata (1988) e a série A Grande Família (2001-2014). É casado com o produtor Fernando Libonati desde 1998.

Neil Tennant
É praticamente impossível ter crescido na década de 1980 sem ter sido marcado pela música de Neil Tennant. O jornalista é a voz do Pet Shop Boys e coautor de quase todas as músicas gravadas pelo duo. Madonna e Lady Gaga são duas das artistas que tanto foram influenciadas como influenciam o trabalho do grupo.

Dentre seus hits estão West End Girls (1986), It's a Sin (1987) e Being Boring (1990), que tem um dos clipes mais homoeróticos já feitos na história. Com a regravação de Go West, do Village People, em 1993, o Pet Shop Boys sedimentou-se como ícone gay. Tennant é abertamente homossexual desde 1994.

Pabllo Vittar
O artista maranhense morou no Pará, Minas Gerais e São Paulo antes de atingir a fama, que chegou por meio de Open Bar, versão de um hit do Major Lazer que viralizou no Youtube, em 2015. Pabllo, a personagem drag do jovem Phabullo Rodrigues da Silva, então ganhou as telas da TV Globo como atração fixa do programa Amor & Sexo.

Seguiram-se parcerias com Anitta (Sua Cara), Rico Dalasam (Todo Dia) e Mateus Carrilho (Corpo Sensual), além de inúmeros outros sucessos solo, como K.O.(2017), Problema Seu (2018) e Amor de Que (2019), que ajudaram Pabllo a se tornar a drag mais seguida nas redes sociais no mundo.

Pedro Almodóvar
Lá se vão 43 anos desde que o cineasta lançou seu primeiro longa (Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão, em 1980) e tornou-se uma das maiores grifes do cinema mundial. Ainda que ele navegue por estilos díspares, como melodrama, sátira e suspense, seus filmes têm uma unidade e personalidade, o que faz com que sejam reconhecidos como "filme de Almodóvar".

O espanhol ajudou a tornar conhecidos ícones mundiais, tais como Antonio Banderas e Penélope Cruz, ganhou o Oscar de filme internacional e de roteiro original, além de troféus nos festivais de Cannes, Berlim e Veneza, no Globo de Ouro, no European Film Award, Goya e César (o Oscar francês).

Ricky Martin
Ídolo infantil nos anos 1980 quando integrou a boy band Menudo, Ricky construiu carreira de sucesso na Espanha e América Latina nos anos 1990. No final da década, atingiu o topo da Billboard, nos Estados Unidos, com Livin' la Vida Loca, consagrando-se, definitivamente, como um pop star internacional.

A homossexualidade foi assumida em 2010, dois anos depois do artista se tornar pai dos gêmeos Matteo e Valentino, por meio de barriga solidária. A partir daí, agregou muito fãs gays ao seu público que era majoritariamente feminino, que passaram a vê-lo como símbolo de orgulho e resistência. 

Zé Celso Martinez Corrêa
Uma das lendas do teatro brasileiro, Zé Celso é considerado quase uma "entidade". Em 85 anos de vida e mais de 60 dedicados à arte, o dramaturgo, ator e diretor é parte fundamental da história da cultura do País. Fundador do Teatro Oficina, em 1958, Zé Celso revolucionou as artes com a montagem de O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, em 1967.

De lá para cá, encampou inúmeros outros trabalhos relevantes, aliando-se a vários dos maiores atores do País, tornou-se símbolo da resistência do teatro - frente ao Grupo Silvio Santos, dono do terreno adjunto ao seu espaço que há décadas tenta subir edifícios altos que prejudicariam a construção do Oficina - e virou sinônimo de liberdade sexual, pelo conteúdo e forma diversos que são apresentadas as suas produções.

 


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