Censura e homofobia tem andado juntas no Brasil. Uma mostra do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo foi cancelada em Votuporanga, interior do Estado.
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A exposição Todos Podem Ser Frida, com imagens da fotógrafa Camila Fontenele, participaria do Festival Literário de Votuporanga (FLIV), mas não recebeu autorização da prefeitura da cidade.
Segundo o Diário de Votuporanga, vereadores, pastores evangélicos e uma página chamada Direita Votuporanga motivaram o prefeito João Dado (SD) a cancelar a exposição.
Gestora e uma das criadoras do evento, Cibeli Oliveira lamentou o ocorrido em sua página no Facebook. "Que vivemos tempos difíceis de intolerância já sabemos, mas lidar com a censura cara a cara gera uma sensação de tristeza indescritível."
Cibeli relatou que o preconceito à comunidade LGBT não começou este ano. "Em 2017, no show de abertura com As Bahias e a Cozinha Mineira toda a divulgação foi claramente boicotada. Posicionar-se nesse momento se faz necessário."
A exposição estreou em São Paulo em novembro de 2014 e ficou em cartaz no museu até fevereiro do ano seguinte.
O Museu da Diversidade Sexual é um dos únicos do mundo voltados exclusivamente à comunidade LGBT - os outros dois ficam em Berlim e em São Francisco (EUA).
Em comunicado, o museu afirmou que a mostra é "lúdica e participativa" e que possibilita aos visitantes se caracterizarem com adereços que representam Frida.
"A multiplicidade de imagens que compõem a exposição a partir das fotografias tiradas do público é uma celebração da diversidade humana, incluindo a visibilidade de pessoas com deficiência, diferentes raças e etnias, gêneros e identidades, com a intenção de incentivar uma cultura de paz e respeito pelas diferenças."