Abandonado pelo noivo, médico se casa consigo mesmo

Diogo Rabelo, de 33 anos, afirma ter gasto R$ 350 mil com evento planejado com ex

Publicado em 05/11/2020
Médico gay Diogo Rabelo se casa consigo mesmo na Bahia
Após implorar para ex voltar e pensar em suicídio, médico manteve cerimônia para 50 pessoas

Após investir R$ 350 mil em seu casamento, um médico se viu sem o noivo, refletiu e decidiu fazer a cerimônia sozinho, casando consigo mesmo.

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O caso ocorreu com o médico Diogo Rabelo, de 33 anos. Imagens do evento viralizaram nas redes sociais.

Em um dos vídeos mais assistidos, com cerca de 10 minutos, o médico conta que o relacionamento com o também médico Vitor Bueno começou no carnaval de 2019.

"Nós noivamos em novembro do ano passado, em janeiro começamos a morar juntos, e em fevereiro assinamos o contrato do casamento. Combinamos que eu pagaria a cerimônia e que ele me reembolsaria depois aos poucos, mas terminamos em julho depois de uma série de brigas", relata o médico.

Em junho, Vitor propôs cancelar a cerimônia, mas Diogo diz que muitos dos convidados já haviam comprado passagens e reservado estadia - não reembolsável - em um resort em Itacaré, na Bahia, local escolhido para o casamento.

"A gente se separou definitivamente em julho, quando ele saiu de casa. Eu fiquei desesperado, fui atrás, disse a ele que o amava, até que me mataria se não tivesse volta, mas ele não se comoveu. Analisei a situação durante um mês, e decidi que eu tinha que me valorizar e me amar. Mantive a cerimônia e, dos meus 50 convidados, 40 vieram", explica. A cerimônia foi realizada em 17 de outubro.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A mim, Eu acredito que tudo seja vaidade. Tudo é efêmero e só o desconhecido, que procuro conhecer, me traz a paz em saber que Ele é eterno, Deus. E o que me liga a Deus se não a manifestação do amor? Por isso eu me desapego para ir ao encontro do criador. Eu me desapego de uma ilusão de felicidade, onde 1 + 1 = 1. Eu me desapego da ostentação, eu me desapego do orgulho e eu me entrego à humildade. Eu tenho a mim o que Nietzche afirma sobre “alegria trágica”, como aquele que celebra a vida porque ela é frágil, finita e sem sentido, ou seja, ser feliz, perdoar, acreditar, amar é uma escolha, e a nossa vida é feita de nossas escolhas, simples. Mas, Diogo, se a vida é sem sentido, qual seria o sentido disso tudo? Viver é perder-se. É preciso ter coragem para descobrir seu sentido. É preciso beber da vida para saber seu gosto. É preciso entregar as fichas para alguém e ser traído para saber o valor das suas fichas. A gente cresce na experiência, e quando me perguntares por que tatuei “pain" em meu braço, é para lembrar de que a evolução, infelizmente, vem com dor e choro. Chega um momento em nossa vida que para continuarmos é necessário largar nossos hábitos, vícios, lembranças e traumas para poder seguir adiante. E este ato simbólico de casar comigo mesmo é o meu ponto mais alto de expressão ao meu amor próprio. Eu aprendi que tenho o meu valor e que eu não preciso ser amado por ninguém para me sentir bem. E vou além: eu não preciso mudar minha personalidade ou o meu jeitinho de ser para que alguém possa ficar comigo. Eu descobri o meu valor e eu amo quem eu sou, eu amo a minha história, de onde eu vim, pelo o que passei, e tenho foco aonde eu quero chegar. E para finalizar, eu afirmo o meu maior desejo: que eu nunca deixe de acreditar no amor. Que eu perca a razão, que eu perca a cabeça, mas que eu não perca o amor. “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, sim, hoje está sendo um dos dias mais felizes da minha vida, pois eu estou com as pessoas que mais amo nessa vida, celebrando o que poderia ser uma tragédia, mas fiz uma comédia ?

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A iniciativa foi comparada nas redes à da influenciadora Alinne Araújo, que no ano passado manteve a cerimônia de casamento após término com o noivo. A jovem sofria de depressão e se suicidou após críticas na internet.

Segundo O Globo, Diogo é do interior de Rondônia e, por pressão paterna, só assumiu sua homossexualidade após formado e vivendo em São Paulo, para onde se mudou em 2013. Ele sustenta a mãe na capital paulista e não conversa com o pai, a quem chama de homofóbico.

O médico é conhecido nas redes por cursos em que ensina aplicacão de botox - suas aulas chegam a custar R$ 19 mil. Ele tem um clínica no bairro nobre de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e afirma faturar cerca de R$ 500 mil mensais.

"Ano que vem tenho vontade de abrir a minha segunda clínica, e quero fazer um MBA em Finanças para gerir meu negócio, mas eu já sei que dinheiro não traz felicidade. Em cinco anos eu me vejo na ONG Médico Sem Fronteiras", afirma.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

"Essa será uma cerimônia um tanto diferente do que nós estamos acostumados a presenciar. Geralmente se espera encontrar aqui na frente um par. E aqui você está. Por ocupar esse lugar nada convencional, alguns podem achar tudo isso estranho ou até mesmo questionar a necessidade. Mas outras pessoas, talvez por serem mais sensíveis, ou mesmo por curiosidade, aproveitam um momento como esse para refletir e pensar sobre nosso próprio percurso. Em muitas culturas humanas, a pessoa, o herói da sua própria estória, precisa de um momento para se encontrar. Para os espartanos era chamado agoge. Os aborígenes australianos adotaram o termo inglês: walkabout, que significa, literalmente, vagar sem rumo até o momento de uma revelação. Fazer uma jornada. Então, essa cerimônia é na verdade, uma forma de expressão de duas necessidades humanas: o auto-conhecimento e a comunhão. Quando conversei com sua avó e tias, Diogo, elas me disseram que uma vez que você disse uma frase para elas que as marcou muito. Numa viagem, a sua tia, Simone, te agradeceu pelos momentos que você havia proporcionada à família em uma viagem e você respondeu: “Tia, a felicidade só é real quando compartilhada”. A descrição dessa cena também me marcou. Porque essa frase que você disse, Diogo, foi citado num livro e filme que descrevem uma jornada solitária de um jovem em busca do auto- conhecimento. Ao se lançar no mundo, abandonando tudo pra entender o que seria de fato essencial ao ser humano, a conclusão que aquele jovem chega é essa: “A felicidade só é real quando compartilhada”. Sozinhos somos muito menos do que podemos ser. Precisamos das pessoas certas do nosso lado. E as pessoas certas não são aquelas que nos completam, a nossa outra metade. As pessoas certas são aquelas que nos amam tanto que nos permitem que nós nos amemos. Ao nosso lado, faz bem aquela pessoa saudável. Que sabe se cuidar, que se conhece, que não despeja em nós suas frustações, suas expectativas. É isso que estamos celebrando hoje: O seu amor-próprio. Seu caminho e aprendizado até aqui. Seu encontro consigo mesmo. Hoje vamos celebrar como todo casamento deveria começar: pela promessa de amar, cuidar e respeitar a si próprio"

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Ao meu último amor: Nós sonhamos com este momento, era para ser o grande dia de nossas vidas. Até brincamos como se fosse o nosso “lugar secreto” (aquele lugar na praia, debaixo dos coqueiros), mas no meio do caminho você preferiu ficar e me deixar ir sozinho. Cá estou, honrando minha palavra. E mesmo assim eu ainda o respeito porque quero que você seja livre para ir aonde quiser e para ficar onde quiser. Como eu te amei! Amei muito e continuo te amando porque você é um cara incrível! E levo comigo todas as lembranças, tanto as boas quanto as pouquíssimas más, dos momentos em que estivemos juntos. Você foi um grande professor na minha vida. Com você aprendi o valor de uma pessoa. Você me mostrou o quanto sou especial e o quanto tenho de potencial para realizar meus sonhos, inclusive este: assumir o meu compromisso em me amar primeiro. Onde quer que você esteja, eu oro para que a felicidade esteja sempre contigo e a mão de Deus te carregue na mais profunda paz e segurança, que só Ele pode conceder. ?

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