'LGBT estão nas prioridades', diz secretária de DH de João Doria

Evangélica, Patrícia Bezerra (PSDB) afirma que não só vai manter políticas da gestão anterior como aprimorá-las

Publicado em 21/01/2017
Patrícia Bezerra, secretária de Direitos Humanos de São Paulo, fala das pautas LGBT, Transcidadania e centros de cidadania LGBT
Secretaria afirma que quinta unidade do Centro de Cidania será aberta, agora na Zona Oeste

Sim, evangélica. Mas não, ela não diz amém para a discriminação ou uso de cargo público para disseminação de visões religiosas. É assim que se mostra a recém-empossada secretária de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Patrícia Bezerra (PSDB). 

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Psicóloga, a tucana tem cerca de 15 anos de atuação em projetos sociais de educação, direitos humanos e superação da violência. Reeleita para a Câmara Municipal em 2016 depois de seu primeiro mandato legislativo, Patrícia recebeu do tucano e prefeito João Doria a missão de gerir a questão da cidadania. 

Especificamente a respeito de LGBT, o que a secretária tem é a maior rede de proteção arco-íris municipal no Brasil. Algum receio? Parece que não! Em entrevista ao Guia Gay São Paulo, a gestora se comprometeu não só em manter o que existe como ampliar, tudo em nome do respeito a LGBT, "uma das prioridades desta gestão". afirmou. 

O prefeito João Doria (PSDB), tanto em falas quanto no programa de governo, na época da candidatura, se comprometeu com uma gestão pró-LGBT. Vocês chegaram a conversar sobre este tópico? Que orientações lhe foram dadas a este respeito?
As políticas públicas para a população LGBT serão uma das prioridades desta gestão. Programas já existentes para o setor, como o Transcidadania e os Centros de Cidadania LGBT, serão continuados e aprimorados. Queremos garantir que a gestão como um todo respeite os direitos da população LGBT e promova seus direitos. Para isso, contamos com o movimento LGBT, organizações da sociedade civil e o Conselho Municipal de Políticas LGBT para estabelecer políticas e prioridades.

Analisamos seu Twitter no segundo semestre de 2016. Havia defesa de vários segmentos, tais como mulheres, negros, idosos, deficientes e crianças, mas nenhum sobre LGBT. Qual a justificativa?
Sempre defendi as bandeiras dos direitos humanos desde meu primeiro mandato como vereadora de São Paulo e faço questão de demonstrar minha preocupação com a temática nas redes sociais. Em meu perfil falo sobre racismo, exploração sexual infantil, imigrantes e refugiados, defesa da mulher, combate à violência e intolerância contra LGBT.

Como fui criadora do Fórum de Proteção à Criança e ao Adolescente, relatora da CPI da Exploração Sexual Infantil, autora de leis como Parto sem Dor na rede pública de saúde e da amamentação sob livre demanda, essas temáticas acabaram sendo tratadas em minhas redes sociais com mais frequência até como forma de prestação de contas ao que vinha exercendo no mandato.

Mas luto, de maneira ampla e irrestrita, pela justiça social e igualdade de oportunidades. Recentemente, eu me pronunciei contra toda forma de violência no caso da trágica morte de Luiz Carlos Ruas, no episódio que envolveu a discriminação contra duas travestis.

Como está a definição da pessoa que vai ocupar a Coordenadoria de Políticas LGBT? Há um prazo para o anúncio?
A Coordenação de Políticas para LGBT será mantida e fortalecida nas frentes já existentes, sobretudo o combate à homofobia e à violência em todas as suas formas. Como em todo processo de transição, a definição de coordenadores e coordenadoras pode se prolongar, mas a Coordenação de Políticas para LGBT é prioridade. Fato comprovado na escolha do meu secretário adjunto, Thiago Amparo, ativista e acadêmico na temática de igualdade da população LGBT.

Doria já pediu às secretarias diminuir em 30% o orçamento. Há algum risco de fechamento de um dos quatro centros de cidadania da cidade? Ou pode-se esperar a manutenção de todos?
A redução orçamentária tem o objetivo de qualificar o gasto público, garantindo que políticas públicas prosperem diante de uma crise. Esse é o caso dos Centros de Cidadania. Neste momento, já providenciamos todos os encaminhamentos orçamentários e jurídicos para que os serviços continuem. Inclusive, mais uma unidade deverá ser construída para atender a Zona Oeste da cidade.

Que ações já estão sendo pensadas para o segmento LGBT na Prefeitura?
Serão aprimoradas as redes de acolhimento LGBT na cidade e o combate à violência. Também deverão ser priorizadas parceiras com o setor privado para promoção da diversidade no mercado de trabalho e empregabilidade da população trans. Além disso, serão realizadas ações de sensibilização da sociedade e promoção de políticas de diversidade em campanhas de combate ao preconceito. Como secretária de Direitos Humanos, tenho a missão de promover o respeito e a garantia de direitos a todos e a todas.


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