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Integrante do MBL, Tiago Pavinatto quer lutar por crianças LGBT

Professor e de direita, filiado ao Patriota concorre a vaga para a Câmara Municipal de São Paulo

Publicado em 12/11/2020
Tiago Pavinatto: advogado gay do MBL é candidato a vereador em São Paulo
O recado que ele dá a quem o critica por ser gay e liberal: 'Para diversidade, importa mais a liberdade que a igualdade'

Sair de dois armários. No caso, assumir-se gay e de direita foram os desafios do advogado e professsor doutor Tiago Pavinatto, candidato a vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo Patriota. 

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São 36 anos de idade e, aí dentro, trajetória significativa por aquelas duas bandeiras. Em 2006, por exemplo, ajudou a fundar o Diversidade Tucana, núcleo LGBT do PSDB e que foi base para órgãos voltados aos segmentos na prefeitura paulistana e no Estado. 

Em 2014, saiu desse núcleo e foi cuidar de outra frente. Esteve na fundação do Movimento Brasil Livre (MBL), que entrou para a história do Brasil por ser um dos maiores agitadores pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT). 

E houve cisânia e reaproximação. "Saí em 2017 por discordância da aproximação do MBL com a bancada da bala e da bíblia. Voltei em maio de 2019, quando o movimento reconheceu os erros de rumo entre 2017-2019, e, neste ano criei, dentro do MBL, o MBLGBT", disse.

Confira entrevista que ele deu ao Guia Gay São Paulo:

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em direitos LGBT. E São Paulo é a cidade do Brasil com mais serviços sociais para o segmento no País. Em que acha que seu mandato pode contribuir para a cidadania arco-íris?
Apesar dos pesares, se São Paulo é o lugar mais gay friendly do país é porque continuamos e ampliamos o trabalho de LGBTQIA+ mais corajosos que nós, que, quando ser gay era doença (até 1990), nunca baixaram a cabeça e, depois, nunca deixaram a peteca cair.

Nós tornamos políticas oficiais, asseguradas por lei, o apoio à nossa comunidade.

Trabalho por nossa causa, mesmo sendo um liberal convicto, há 15 anos. Aqui no Brasil, nos Estados Unidos, onde me envolvi, em 2011, com um projeto para soropositivos depois de perder um amigo em Miami, e na Índia, onde atuei acerca da legislação para garantia de dignidade às transexuais.

Se eu tiver a oportunidade, quero olhar para os mais vulneráveis agora: as crianças e adolescentes LGBTQIA+.

A Coordenação de Políticas para LGBTIs dentro da Secretaria de Direitos Humanos, por exemplo, só existe por causa nossa do PSDB: fomos seus artífices e defensores para sua criação em 2008.

A única alteração legislativa que pretendo é reestruturar os Centros de Cidadania com diretoria específica para cuidar da violência contra a criança LGBTQIA+ e buscar um convênio nesse assunto com Ministério Público, Justiça e Conselho Tutelar.

As crianças são absolutamente indefesas e precisam de uma atenção mais efetiva.

Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do Patriota. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
Quem votar em mim vai votar em mim. O partido tem uma chapa sem coligação e, provavelmente, teremos dois vereadores (e uma cadeira certa para o Fernando Holiday que já é vereador e tem seus 50.000 votos). Portanto, pelo próprio coeficiente, não consigo ajudar a eleger ninguém.

Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de São Paulo?
Subprefeitura Democrática, com a escolha do subprefeito a partir de uma lista tríplice votada pela população da subrregião, que terá "recall" anual.

A Lei de Dignidade Urbana, criando uma estrutura de devolução de dignidade humana e reinserção social às pessoas em situação de rua, política inspirada nos equipamentos que São Paulo contava em 2004.

E o Pequeno Cidadão, que é traduzir nossa constituição, nossas instituições e noções de direito para as crianças do ensino municipal.

Seu discurso é fortemente contra corrupção. Como lida com o fato de Renan dos Santos, líder do MBL, ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal em esquema que envolve tráfico de influência, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção?
A denúncia não foi acolhida pelo juiz do processo por absoluta falta de provas e fundamentos. De qualquer forma, da minha parte, nunca fiz parte da administração do MBL.

Você diz sofrer incompreensão e até preconceito por ser gay e liberal. O que você tem a dizer para quem te critica por se alinhar com o liberalismo?
Eu diria: saibam o que significa liberalismo e percebam que, para diversidade, importa mais a liberdade que a igualdade.

AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay São Paulo de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal da cidade.

Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.

Acompanhe todas as entrevistas e reportagens sobre as eleições na editoria Eleições 2020 clicando aqui.


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