Primeira vítima de homofobia documentada no Brasil, o índio Tibira ganhou estátua em sua homenagem em São Luis, no Maranhão.
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A lápide gigante foi colocada no mesmo lugar onde Tibira foi amarrado à boca de um canhão e explodido, segundo o secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) do Maranhão, Francisco Gonçalves.
Responsável pela pesquisa a respeito do índio, o antropólogo e militante LGBT Luiz Mott esteve presente na inauguração da homenagem na Praça Marcílio Ramos, no centro da cidade.
"Relembrar o episódio que aconteceu com o índio Tibira, que foi executado, vítima de homofobia é um apelo à intolerância e ao respeito à diversidade", declarou Mott. "Dessa maneira, só posso pedir respeito aos LGBT, pois todos somos seres humanos e merecedores de respeito como quaisquer cidadãos."
A inauguração integrou a Semana Estadual de Direitos Humanos, promovida pela Sedihpop, iniciada no sábado 3 e que segue até sexta-feira 9.
O índio tupinambá foi perseguido por franceses, que obedeciam ordens do frei capuchinho Yves d’Evreux, e executado por ser homossexual em 1614.
O martírio dele é descrito detalhadamente, segundo Mott, pelo missionário d’Evreux em seu livro História das Coisas Mais Memoráveis Acontecidas no Maranhão nos anos de 1613 e 1614.
Em 2015, o Grupo Gay da Bahia (GGB) lançou campanha pela canonização do índio.