O vereador Fernando Holiday (DEM) questionou a gestão do programa Transcidadania, que oferece bolsas de estudo a transexuais e travestis e é mantido pela Prefeitura de São Paulo.
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Em ofício, ao qual o Guia Gay São Paulo teve acesso, o vereador afirma ter recebido "denúncias gravíssimas a respeito de irregularidades" e enumera dez dúvidas, dentre elas a de que se há algum indício de "doutrinação ideológica ou propaganda político-partidária no programa".
Em nota, o vereador Toninho Vespoli (Psol) chamou os questionamentos de Holiday de intimidação e afirmou que o demista, longe de estar preocupado com o programa, quer mesmo é desmerecer o Transcidadania. "O vereador ignora todas as ações positivas e de inclusão do programa, preferindo fazer uma caça aos estudantes", escreve. O Transcidadania foi criado pelo petista Fernando Haddad (2012-2016).
Á nossa reportagem, a assessoria de Vespoli encaminhou resposta aos questionamentos de Holiday escrito pela Koinonia, entidade conveniada da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania para o Programa Transcidadania.
A organização afirma, dentre outros pontos, que o programa é composto por 135 estudantes, com taxa de evasão de 20% e que possui três pedagogos que acompanham a evolução escolar e as atividades do programa.
A respeito da questão mais polêmica, a resposta foi negativa. "Não há doutrinação ideológica no programa, primamos pela autonomia das e dos beneficiários", afirma a entidade. A Koinonia ainda escreve que em nenhum momento foi notificada de qualquer investigação ou recebeu denúncias e que o convênio com a Prefeitura encerrou-se nesta quinta-feira 4.
Procurada pelo Guia Gay São Paulo, a assessoria de imprensa de Holiday afirmou que ainda não tinha ciência das respostas. Sobre se o vereador apóia o programa, a resposta dada foi: "Ele não tem nada contra".