O sentimento anti-gay é tão forte no futebol que um corte de cabelo pode atormentar um atleta por anos.
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O espanhol Héctor Bellerín, que joga na equipe inglesa Arsenal desde 2011, contou que é insultado o tempo todo, seja pela internet ou nos campos.
"Alguns torcedores são muito ofensivos. A maioria dos insultos são on-line, mas outros acontecem no estádio. Eles me chamam de 'lésbica' porque uso cabelos longos, além de fazerem outros insultos homofóbicos", disse o atleta de 23 anos ao jornal The Times.
"Quando eu erro algum passe, a situação se torna insustentável", continuou. "O problema é que os fãs têm uma ideia de como um jogador deve se vestir, se comportar e como deve falar."
"Se você se comporta de maneira diferente do que eles esperam, se torna um alvo. É muita pressão. É muito perigoso."
Bellerín disse que no início de 2017 os xingamentos eram tantos que ele fechou suas contas nas redes sociais momentaneamente.
"Muitas pessoas me dizem coisas agradáveis, mas a maioria é insulto. Todos os dias eu busco aprender um pouco mais a lidar com a situação da melhor forma possível."
O espanhol acredita que esta modalidade de esporte ainda é muito hostil aos homossexuaisl, diferente de alguns outros.
"É impossível alguém ser abertamente gay no futebol. Alguns torcedores não estão prontos. Quando aconteceu no rúgbi com o jogador galês [Gareth Thomas], as pessoas respeitaram a situação. Os fãs respeitaram sua decisão."
"No futebol, a cultura é diferente. Pode ser muito pessoal, muito desagradável, especialmente para os jogadores da equipe adversária."