Foi encontrada morta, na madrugada desta quarta-feira 7, em Piracicaba (a 155 km de São Paulo), a ex-vereadora Madalena Leite.
Madalena tinha 64 anos e foi a primeira vereadora travesti eleita na cidade. Ela foi encontrada em sua casa com sinais de violência.
Segundo o G1, um vizinho localizou o corpo no sofá da sala com ferimentos no rosto.
À polícia, o homem contou que possuía chave da residência já que frequentava o local.
Ele disse que o portão da frente estava apenas encostado e após ver o corpo chamou a polícia.
O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba.
Madalena concorreu à cadeira de vereadora quatro vezes - em 1998, 2004, 2008 e 2012, quando se elegeu com 3.035 votos pelo PSDB.
Quando entrou para a Câmara Municipal, Madalena já tinha 25 anos como líder comunitária.
Era famosa na cidade por assumir identidade feminina há mais de 40 anos. O nome usava desde os 15. Ela foi cozinheira e faxineira.
Em sua posse, Madalena usou terno. "Quando eu me olho no espelho, vejo um homem de muita coragem. Vou usar terno e gravata na posse e quando precisar durante as reuniões. Ainda não sei se vou usar meus lenços ou fazer tranças no cabelo, mas vou continuar a ser a mesma Madalena de sempre", disse à época.
Em 2016, Madalena pediu afastamento do cargo após descobrir um câncer de próstata. No mesmo ano, ela anunciou que não concorreria à releição após ter sofrido agressões racistas e homofóbicas (segundo o G1) nas redes sociais.