Indígenas do sexo feminino que cortavam cabelos como homens e se ofendiam se fossem chamados de mulheres em plena época da descoberta do Brasil. Condenações determinadas pela Santa Inquisição de homens que transavam com outros. Travestis em Portugual no século 16 que sofriam penalidades.
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É esse o universo que, de forma divertida, o jornalista e escritor Eduardo Bueno detalha em seu mais novo vídeo no canal Buenos Ideias, dedicado a falar de história do Brasil.
Seu foco na mais recente produção é falar de como era ser LGBT no Brasil Colônia (séculos 16 ao 18), como Portugal daquela época tratava a questão e de que forma a diversidade de gênero, afetividade e o prazer entre pessoas do mesmo sexo eram vistos pelos povos originários.
Com várias referências bibliográficas, Eduardo dá detalhes muito interessantes e pouco conhecidos.
Logo no início, ele já descontrói a ideia usada por muitas pessoas preconceituosas de que ser LGBT seja algo "de agora".
"Espanhóis e portugueses chegaram aqui achando que não haveria o tal pecado da carne. Existia a ideia de que abaixo do Equador não haveria pecado. Mas o que encontraram foi o contrário. E eles logos se adaptaram... Até porque de onde eles vinham também estava cheio."
Exemplo dessa vivência européia é o texto "Ser travesti em Portugal no século 16", de Isabel Drummond Braga, conta.
"Registra diversos casos de homens que se vestiam de mulher e de mulheres que se vestiam de homens", explica.
Ele lembra inclusive dos casos de Rafael Fanchono e Manuel Maricas, travestis condenadas à fogueira em 1549. E em um país que punia a homossexualidade desde pelo menos desde 1447.
O escritor fala do quanto era vantajoso dedurar para o governo quem era LGBT. "Às vezes o denunciante ganhava uma graninha junto".
Há também relatos do quanto os integrantes das caravelas transavam entre si e até com crianças do sexo masculino, os grumetes.
Bueno relata o espanto de portugueses ao chegar no que seria o Brasil e terem visto o quanto havia relações sexuais entre homens e entre mulheres e que tal era tratado de forma normal.
Tanto é que há registro de até homens indígenas que usavam ervas venenosas e bichos nos pênis para que o órgão ficasse grande e assim pudessem transar.
O vídeo segue com casos de execuções, perseguições e também permissividades que estiveram presentes nos prímeiros séculos do País.
