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Candidato do Novo, Marcus Paixão quer tirar LGBT de subempregos

Gay assumido e casado, pleiteante à Câmara Municipal falou de suas propostas

Publicado em 29/10/2020
Candidato gay pelo Partido Novo, Marcus Paixão concorre como vereador por São Paulo
Contra críticas de que o Novo é 'bolsonarismo de sapatênis', Marcus lembra de votações do partido contra Bolsonaro

Formado em Administração em Recursos Humanos, Marcus Paixão é candidato pelo Partido Novo a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo.

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Nascido em Guarulhos e com 41 anos, Marcus é gay assumido, casado, e pretende exercer o possível mandato com base em três pilares: saúde, educação e sustentabilidade. 

"Quero trabalhar bastante em pautas que foram negligenciadas durante anos na nossa cidade e que podem dar a guinada que precisamos", diz.

Suas ideias vão contra a maré. Por exemplo, defende, com base em cálculos, que o aluno da escola pública custa mais do que o da rede privada, o que demontraria que falta gestão pública para avanços na área. . 

E há senões. O Novo, por exemplo, tem compromisso com a manutenção do reconhecimento da união civil entre homossexuais, mas não com a do casamento, direito no Brasil desde 2015. 

Confira entrevista do Guia Gay São Paulo com o candidtato:

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em direitos LGBT. E São Paulo é a cidade do Brasil com mais serviços sociais para o segmento no País. Em que acha que seu mandato pode contribuir para a cidadania arco-íris?
São Paulo respira diversidade em todos os aspectos, mas isso ainda não é refletido nas contratações. Precisamos ampliar o ambiente de negócios para uma inclusão real. Não podemos permitir que LGBT fiquem à margem ou ainda continuem em subempregos por amarmos quem amamos.

Vamos capacitar as pessoas para que alcancem novos degraus profissionais. Ocupar os espaços democráticos com inteligência também é uma forma de ampliarmos a cidadania e provar que somos capazes de estarmos onde quisermos. Ademais, o meu próprio gabinete será um reflexo dessa diversidade paulistana incrível.

Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do Novo. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
Um dos posicionamento do Novo é "Direitos iguais a todos os cidadãos" e em seu desmembramento somos categóricos ao defender "Preservação do reconhecimento da união civil entre casais homoafetivos".

Eu vou além, quando a gente defende igualdade de direitos, nos colocamos em uma posição de construção de um Estado que respeita todas as pessoas, independentemente de orientação sexual, credo, classe social ou etnia.

Aliás, além de ser um partido liberal em sua essência, esse foi um dos principais posicionamentos que me incentivaram a me filiar e lançar candidatura.

Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de São Paulo?
Quero trabalhar bastante em pautas que foram negligenciadas durante anos na nossa cidade e que podem dar a guinada que precisamos: saúde, educação e sustentabilidade.

Saúde e Educação são as secretarias que recebem maior dotação orçamentária, totalizando quase 24 bilhões de reais anuais, logo percebe-se que não falta dinheiro, mas falta gestão séria, comprometida com o bem estar da população.

Só para deixar claro o que estou dizendo, a gente investe cerca de R$ 1.200/mês por aluno da rede municipal, enquanto a mensalidade mediana da rede particular fica próximo de R$850/mês. Logo, podemos perceber que a gente pode (e deve) utilizar o know-how da iniciativa privada para nos apoiar com modelos modernos de gestão nessas áreas.

Na sustentabilidade a gente precisa acabar com o monopólio de coleta de recicláveis da prefeitura. É surreal pensar que os catadores exercem uma atividade tão importante, mas, perante à prefeitura, exercerem atividade ilegal), e aumentar o volume coletado que hoje gira em torno de 30% do que produzimos e distribuído somente para 25 cooperativas.

Se a gente quebrar esse monopólio, podemos ter uma cooperativa atuando por distrito, o que geraria, no mínimo, 71 novas cooperativas na cidade. Isso é geração de emprego e renda imediatamente pulverizadas nos quatro cantos da cidade.

O Novo é definido muitas vezes, pela imprensa e nas redes sociais, por termos como "bolsonarismo de sapatênis". O que você tem a dizer a quem pensa isso?
Uma bobagem sem tamanho. Nós somos um partido independente, com ideias e valores liberais, algo que Bolsonaro não possui nem de longe. Só para refrescar a memória, o Novo votou contra o projeto de perdão das dívidas das igrejas apresentado pelo Executivo Federal.

Se, por exemplo, tentarem criar algum imposto, tenha certeza de que a bancada do Novo votará contra, já que somos categoricamente contra aumento de carga tributária, burocracia e que a liberdade individual seja tolhida.

Como você acha que o Novo pode mostrar que a pauta LGBT não é só defendida por partidos de centro-esquerda?
Somos o único partido que defende as liberdade individuais. As pautas que historicamente foram defendidas por liberais mundo afora foram cooptadas pela narrativa de esquerda e centro-esquerda brasileira, além disso, vale reforçar aqui que não há relatos na história de qualquer liberal ter perseguido alguém por conta de orientação sexual, diferente de outras personalidades que o time da esquerda ou centro-esquerda gosta de homenagear.

Vide as Unidades Militares de Ayuda a la Producción (UMAP – Unidades Militares de Auxílio à Produção), dentro dos quais eram jogados homossexuais, testemunhas de Jeová, ciganos e outros cidadãos ditos "indesejáveis". Eu acredito que não faz o menor sentido! 

[Nota da redação: Umap foram campos de trabalho forçados, que existiram na década de 1960, em Cuba, para onde eram levados gays por não corresponderam ao ideal de "revolucionários" por causa de sua orientação sexual].

AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay São Paulo de entrevistar todos os candidatos LGBT à Câmara Municipal de São Paulo.

Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.

Acompanhe todas as entrevistas e reportagens sobre as eleições na editoria Eleições 2020 clicando aqui.


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