As eleições municipais em novembro colocam novamente o tema da participação de LGBT na política. Nesse aspecto, São Paulo tem o que mostrar. O Estado ostenta a assembleia legislativa mais arco-íris do Brasil.
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Enquanto, por exemplo, DF tem um gay e a Bahia possui uma lésbica parlamentares, e quase a totalidade dos legislativos estaduais não incluem LGBT assumidos, a casa das leis paulista abriga quatro, com uma pessoa para cada letra da sigla que nomeia o movimento.
A diversidade de orientação sexual e identidade de gênero estão na tribuna por meio da atuação da lésbica Leci Brandão (PC do B), do gay Douglas Garcia (PTB), da bissexual Isa Penna e da trans Erica Malunguinho, ambas do Psol.
A pioneira nesse grupo é a cantora comunista. Lecy, de 76 anos, está no terceiro mandato. Apenas em 2019 o Poder Legislativo paulista viu seus primeiros integrantes GBT assumidos.
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) é a maior do Brasil, com 94 integrantes.
Isa celebra a marca alcançada, mas não se mostra satisfeita.
“Ao mesmo tempo em que fico feliz por fazer parte dessa história, me entristece saber que a Alesp é a que mais tem representante LGBT com apenas quatro parlamentares do segmento. Isso significa que é preciso muita luta e reforma política inclusiva.”
Diversidade dentro da diversidade
Em seus perfis oficiais, apenas Douglas, bolsonarista, não cita lutar pela pauta LGBT. Sua atuação vai nesse sentido.
O trabalhista, negro e de origem pobre já afirmou que bateria em trans feminina que usasse banheiro feminino, o que lhe rendeu advertência verbal da Alesp.
Além disso, ele é defensor de lei que impede o segmento de jogar em times esportivos de acordo com a identidade de gênero.
Como amostras de posição contrária, Malunguinho coleciona discursos sobre direitos humanos de LGBT e Isa tem projeto de lei que trata da saúde de parte do segmento que precisa de atendimento ginecológico.
Outro ponto dentro da pauta identitária que chama atenção no grupo é a etnia. Enquanto o Estado tem cerca de 63% de pessoas brancas, Malunguinho, Leci e Douglas são negros, ou seja, três quartos de quem, de uma forma ou outra, mostra que há arco-íris na política local.