Sessenta por cento do eleitorado brasileiro votariam em um candidato assumidamente gay para a Presidência da República, mostra pesquisa realizada pelo Instituto Atlas.
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Chamado "Impacto da orientação sexual dos candidatos sobre a intenção de voto - Posicionamento político do eleitorado LGBT", o estudo ouviu 2.884 pessoas entre 26 e 29 de julho.
A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Por orientação sexual, 58% dos heterossexuais disseram que votariam em um candidato gay. Dentre LGBT, a intenção de voto sobe para 92%.
Ao todo, 25% dos héteros disseram que não votariam, contra 0% de LGBT. Responderam não saber 17% dos héteros e 7% de LGBT.
No recorte por gênero, 69% das mulheres e 50% dos homens escolheriam um candidato gay para presidente. Disseram que não votariam 19% das mulheres e 29% dos homens.
Por religião, 42% dos evangélicos afirmaram que não votariam, ante 17% de católicos, 14% de outras religiões e 7% de agnósticos e ateus.
Disseram que votariam 76% de outras religiões, 74% de agnósticos ou ateus, 66% de católicos e 38% de evangélicos.
Pessoas mais escolarizadas tendem a ser mais favoráveis a um candidato assumidamente gay.
A pesquisa mostrou que há apoio de 73% de quem tem ensino superior; 60%, ensino médio; e 51%, ensino fundamental. Não votariam, respectivamente, 16%, 25% e 27%.
"À medida em que as pessoas têm mais informações a respeito do tema e fazem parte de um meio onde se discute esses assuntos de forma mais aprofundada, essa resistência [a um candidato gay] tende a diminuir", afirmou o cientista político e CEO da Atlas, Andrei Roman.
Atualmente, há apenas um nome homossexual que tem intenção de concorrer à presidência, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Ele vai enfrentar as prévias do partido.
O mesmo levantamento mostrou que Leite aparece com 3% de intenções de voto dentre os entrevistados héteros e 4% dentre LGBT.
Lidera a pesquisa, Luís Inácio Lula da Silva (PT) com 38% dentre héteros e 63% dentre LGBT.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem 37% de apoio dentre héteros e 6% dentre LGBT.
Ciro Gomes (PDT) teria o voto de 6% de héteros e 7% de LGBT; João Doria (PSDB) teria 3% de héteros e 6% de LGBT; Tasso Jereissati, 1% (héteros) e 4% (LGBT); o apresentador Danilo Gentili (2% de ambos); o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (2% de ambos); e o apresentador José Luiz Datena (2% de héteros e 0% de LGBT).
Responderam não saber ou que votariam branco ou nulo, 5% de ambos os grupos.