Um evento. Há entradas à venda. Você deseja participar. Entretanto, pessoas da sua raça/etnia não são aceitas. Está na divulgação do evento, a restrição. Em que século você está?
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Em 31 de maio de 2024, quando será realizada a sétima edição da festa de sexo gay OnlyPretos, que não aceita entrada de brancos e amarelos, por exemplo.
No Instagram, o evento se define como "festa de pretos para pretos".
A divulgação é direta e explica que os potenciais clientes são avaliados na portaria: "Não será permitida a entrada de pessoas que a organização não considerar preta/parda".
Em outros pontos da comunicação, diz-se que indígenas também são aceitos. A organização é do DJ JowTroMundo.
O ingresso no terceiro lote está em R$ 70. O lugar oferece piscina, saunas, ducha, pista de dança e darkroom.
No geral, a festa de sexo é feita mensalmente na Hot Thermas Club, na República, centro de São Paulo.
De 17 a 19 de maio, houve edição chamada Praia dos Pretos. O encontro foi realizado em casa na Praia da Enseada, no Guarujá, litoral paulista. O ingresso custava R$ 250.
Para o Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial (Nuddir) da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a restrição racial é legal, apesar de as leis do Racismo e do Consumidor impedirem esse tipo de prática.
"As pessoas pretas e pardas podem ter interesse em construir espaços exclusivos para uma convivência que não seja intermediada pelo racismo estrutural", declarou o órgão ao Guia Gay São Paulo.
A organização do evento não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem.