Endereço gay mais famoso do Largo do Arouche, a Cantho Club anunciou encerramento das atividades.
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Após 15 anos no mesmo lugar, a boate divulgou comunicado, no Instagram, despedindo-se do espaço.
"Muitos momentos incríveis passamos juntos nas mais de 4.000 noites de festas", diz o clube. "Inicialmente era pra ser uma reforma, virou uma mudança."
O produtor Hugo Henrique Vaz, do Grupo Superfestas, que realizava aos domingos uma das noites mais famosas da casa, a Private, informou que a intenção é de que a Cantho reabra em outro endereço.
"Só tenho a agradecer a todos os momentos maravilhosos que vivemos ali, sem dúvidas deixará muitas saudades", lamentou o produtor.
Silvetty Montilla, que por muitos anos comandou o palco na boate, também sentiu o fechamento da Cantho.
"Como é triste acordar e ver uma mensagem dessa, quantas pessoas maravilhosas conheci ali, amigos, pessoas especiais que levarei para a vida", escreveu no Instagram.
Dentre tardes de samba, performances de drag queens e grande apelo junto ao público bear, a Cantho ficou conhecida também por um evento que parou em todos os jornais.
Em março de 2009, o estilista norte-americano Marc Jacobs, que à época era diretor criativo da Louis Vuitton, fechou o clube em sua primeira vez no País.
Jacobs estava no Brasil para abertura de sua loja, nos Jardins, e para conhecer a família de seu namorado, o paulistano Lorenzo Martone, com quem estava há um ano. Eles terminaram em 2010.
A festa privada, na Cantho, reuniu grandes nomes da moda brasileira, alta sociedade e atrizes globais, madrugada adentro.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, as boates são os locais LGBT que mais foram prejudicados. Dentre fases mais brandas e outras restritas da quarentena, as casas noturnas nunca foram autorizadas a funcionar normalmente.
Algumas das casas reabriram como bar e funcionam do fim de tarde ao começo da noite, como Tunnel, Jerome e Sputnik. Boa parte delas, no entanto, segue fechada há 10 meses.