O Brasil está perto de alcançar as metas estipuladas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em relação a aids e HIV, mas ainda há um grupo que preocupa: os jovens.
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Na faixa entre 18 e 24 anos apenas um pouco mais da metade dos soropositivos (56%) estão em tratamento e só 49% têm carga viral em níveis considerados ideais.
O ideal, proposto pelo Unaids - programa da ONU que aborda a doença - é a meta chamada de 90-90-90. Isto é, espera-se que 90% das pessoas com HIV estejam diagnosticadas (ou seja, saibam que têm o vírus), que 90% delas façam o tratamento e que destas que estão em tratamento, 90% tenham carga viral indetectável.
Relatório do Ministério da Saúde estima que existam 830 mil pessoas com HIV no Brasil e que 694 mil (84%) saibam que têm o vírus, isto é, faltam 6 pontos para chegar à primeira meta de 90%.
Daquelas diagnosticadas, 72% estão em tratamento com antirretrovirais - ou seja, 18% a menos do que o ideal estabelecido pelo Unaids. Ainda assim, há um grande avanço, já que este número era de 62% em 2012.
A terceira meta de 90 já foi batida - 91% dos pacientes tratados apresentam carga mínima do vírus no sangue. A pasta acredita que atingirá todas as metas em 2020. Mas a questão ainda está nos grupos nos quais há baixa adesão ao tratamento, como os jovens. Para isso, o governo pretende fazer novas campanhas para estimulá-los a se testar e manter o tratamento.
Outro grupo em que a adesão ao tratamento é menor é o de pessoas negras. A taxa de abandono aos medicamentos nesta população no ano passado foi de 11%, maior do que entre a população branca, 8%.
"Há uma sinergia de estigmas", afirmou Veriano Terto, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, ao jornal O Estado de S.Paulo. "Além do estigma do HIV, essas pessoas [da raça negra] enfrentam as dificuldades próprias do racismo institucional. Isso pode induzir ao abandono."