De um lado os dados. Em 2015, a taxa de detecção da sífilis adquirida (transmitida pelo sexo e que afeta inclusive gays) foi de 42,7 casos por 100 mil pessoas no Brasil. O mesmo índice em gestantes foi 11,2. Dentre bebês, 6,5. Do outro, uma campanha do Ministério da Saúde lançada recentemente que foca apenas as duas últimas populações.
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O quadro grave da sífilis adquirida está também nos índices de aumento. De 2014 para 2015, esta teve acréscimo de 32,7% no número de casos. Em gestantes e bebês, os índices foram menores: 20,9% e 19% respectivamente.
Todos os números são do Ministério da Saúde e, ao contrário do que ocorrre nos controles de HIV, não há contagem por orientação sexual dos infectados. Sabe-se apenas que homens tem 50% mais sífilis que mulheres.
À nossa reportagem, o órgão justificou a escolha com base nos efeitos nas crianças. "O foco na sífilis congênita é devido a graves sequelas para a criança, o que pode ser evitado durante o pré-natal, se houver diagnóstico precoce e tratamento oportuno e adequado da gestante e parceria sexual." Ainda de acordo com o ministério, tal ação contribui para quebrar a cadeia de transmissão da doença.